postado em 26/12/2008 08:30
As montadoras japonesas podem se juntar, formando três grandes empresas, num cenário em que o agravamento da recessão mundial afeta a demanda por veículos, disse Osamu Suzuki, presidente da Suzuki, a segunda maior fabricante de minicarros do Japão, numa entrevista publicada nesta sexta-feira (26/12) no jornal de economia "Nikkei".
"A crise enfrentada pelas três grandes dos EUA vai atingir mais tarde o Japão, como tsunami, provavelmente em julho ou agosto do ano que vem", disse Suzuki. "A indústria automobilística do Japão, que atualmente consiste de mais de dez empresas, pode se consolidar em "três grandes"." A Toyota, maior montadora japonesa, anunciou nesta semana que terá o seu primeiro prejuízo trimestral em 70 anos. Já a concorrente Honda reviu para baixo sua previsão de lucros, dada a redução da demanda. As três maiores montadoras dos EUA, GM, Ford e Chrysler, cortaram a produção e duas chegam a receber US$ 13,4 bilhões de ajuda federal.
A Suzuki reduziu a produção em 10% no mês passado, devido ao declínio da demanda interna e externa. A Toyota afirmou que sua produção mundial em novembro desabou 27%, a maior queda em pelo menos duas décadas, depois que consumidores da Europa e dos EUA adiaram suas compras.
As vendas de veículos no Japão em 2009 podem cair ao nível mais baixo em 31 anos, uma vez que o desemprego, o envelhecimento da população e a desaceleração da economia mantêm os motoristas longe das concessionárias.
As ações das montadoras japonesas caíram neste ano junto com as vendas. As da Toyota declinaram 54%; as da Honda, 51%; e as da Suzuki, 65%.
A recuperação do mercado interno depende de uma estratégia de todo o setor, disse Suzuki. "O setor precisa reestruturar os métodos de vender carros, como a Yamaha alimentou o interesse das crianças em pianos, expandindo-se em conservatórios", disse, referindo-se ao sucesso das técnicas de marketing da fabricante de instrumentos musicais Yamaha.