postado em 26/12/2008 11:51
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta nesta sexta-feira (26/12), após dois dias sem sessão, por conta das festas natalinas. O dólar, por sua vez, diminui a queda registrada no início das negociações e está próximo à estabilidade, com leve queda de 0,08%, aos R$ 2,373, após fechar em retração em um breve pregão na última quarta-feira (24/12).
O Ibovespa, termômetro dos negócios, avança 1,72%, aos 37.097 pontos. A expectativa é que as negociações sejam fracas no mercado de capitais hoje, a exemplo das últimas sessões. A tendência para esta sexta-feira, segundo a Planner Corretora é de alta para estabilidade.
Sem a divulgação de indicadores nesta sexta-feira, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o mercado deve digerir as últimas informações sobre a economia.
Na terça-feira (23), o Ibovespa perdeu 3,05%, aos 36.470 pontos, quando o governo dos EUA confirmou hoje retração de 0,5% Produto Interno Bruto (PIB) do país no terceiro trimestre. O dado confirma a estimativa anterior, divulgada em novembro, e a fragilidade em que se encontra a economia americana.
No dia seguinte, em que não houve pregão na Bovespa, uma avalanche de dados sobre a economia americana não foram muito mais animadores. Segundo divulgou o Departamento de Trabalho dos EUA na quarta-feira (24), os gastos do consumidor americano caíram 0,6% em novembro, completando cinco meses consecutivos de queda, maior seqüência de perdas desde o início da pesquisa, em 1959. Os salários dos americanos também tiveram redução. A queda nos gastos, no entanto, foi menor que a prevista pelos economistas, que projetavam uma redução de 0,7%. Em outubro, a queda nos gastos foi de 1%. O mesmo departamento informou também que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA atingiu o maior número desde novembro de 1982, chegando a 586 mil, na semana encerrada no dia 20 deste mês. O indicador permanece acima da marca de 500 mil, bem distante dos 400 mil vistos por economistas e investidores como o nível que sinaliza uma economia em recessão.
Já o Departamento de Comércio anunciou que os pedidos de bens duráveis às fábricas caíram 1% em novembro, após uma queda de 8,4% em outubro, na maior queda em oito anos. A maioria dos analistas previa redução de 3% em novembro, e o fato de que tenha sido menor que o esperado indica, segundo alguns economistas, que as empresas podem não estar cortando tanto seus investimentos em meio à recessão.
Por sua vez, a MBA (Associação de Bancos de Hipoteca, na sigla em inglês) divulgou que o número de pedidos de hipotecas nos EUA cresceu 48% na semana encerrada no último dia 19, sinalizando um possível retorno de investimentos ao mercado imobiliário.
Na Ásia, nesta sexta-feira, a Bolsa de Tóquio (Japão) ignorou a queda histórica na produção industrial do país e fechou com alta. Dados divulgados pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês mostram queda de 8,1% na produção da indústria em novembro, ante recuo de 3,1% em outubro. A queda na produção foi puxada principalmente pelo recuo nas indústrias automobilística e eletrônica e revela a derrocada nas exportações japonesas diante da crise econômica mundial. Sobre 12 meses, a produção industrial do Japão retrocedeu 16,2%, segundo o ministério. A Bolsa fechou com alta de 1,63% no indicador Nikkei 255, aos 8.739,52 pontos, relevando ainda os dados sobre emprego e inflação no período. Em outras Bolsas da região Ásia-Pacífico, no entanto, os resultados foram variados. O indicador KOSPI da Bolsa de Seul (Coréia do Sul) recuou 0,94%, enquanto o Shangai Composite de Xangai (China) encerrou o pregão com leve perda de 0,05%.