Economia

Putin: Rússia crescerá 6% apesar da "dinâmica negativa" no quarto trimestre

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postado em 29/12/2008 13:38
MOSCOU - A economia russa sofreu uma "dinâmica negativa" no quarto trimestre devido à crise econômica mundial, mas crescerá 6%, de qualquer forma, informou nesta segunda-feira (29/12) o primeiro-ministro Vladimir Putin depois de anunciada a décima segunda desvalorização do rublo em dois meses. A desaceleração econômica na Rússia já motivou demissões e atrasos no pagamento de salários, e em seu discurso, Putin pediu ao governo "adrenalina" para combater a crise. "Apesar de uma dinâmica negativa no quarto trimestre, a economia russa (...) terminará o ano no terreno positivo", disse Putin durante reunião de gabinete. "A expectativa é a de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de 6%", disse. A inflação ficará em torno de 13,5%, acrescentou. Putin não divulgou cifras do crescimento no quarto trimestre de 2008 mas seus comentários contradizem os prognósticos de muitos economistas, para os quais a Rússia pode estar experimentando, agora, uma contração do crescimento. O Banco Central da Rússia (BCR) indicou nesta segunda-feira ter ampliado a margem de flutuação para valorizar o rublo em relação à cesta dólar-euro que serve de referência para a moeda russa, o que corresponde de fato a uma nova desvalorização. A cesta (composta em 55% de dólar e 45% de euros) atingiu na manhã desta segunda-feira o valor de 34,80 rublos, contra 34,31 sexta-feira, indicou a agência de notícias Ria Novosti. Esta é a segunda desvalorização deste porte desde 11 de novembro. As autoridades russas se comprometeram a não deixar o rublo sofrer movimento brusco e atuam regularmente nos mercados de câmbio para conter a queda da moeda, para que ela seja gradativa. Segundo analistas, a moeda russa deve continuar se desvalorizando nas próximas semanas, tendo perdido uma quinta parte do valor desde agosto. A ministra da Saúde e do Desenvolvimento Social, Tatiana Golikova, estimou por sua vez que o número de desempregados subirá dos atuais 1,5 milhão a 2,1 ou 2,2 milhões em 2009. "A crise praticamente começa", destacou um ex-assessor econômico de Putin, o liberal Andrei Illarionov, em entrevista à imprensa. "A crise mostrou que o modelo econômico dos últimos cinco ou seis anos fracassou", disse Illarionov, conhecido por suas fortes críticas ao Kremlin. "Não está vinculada à crise financeira mundial, ou à queda do preço do petróleo. É uma crise institucional", opinou.

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