postado em 30/12/2008 14:09
A inadimplência das empresas apresentou forte alta em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior e com outubro, informou nesta terça-feira (30/12) a Serasa Experian.
Segundo a empresa de análise de crédito, as pessoas jurídicas apresentaram em novembro uma inadimplência 28,2% maior do que em novembro de 2007. Na comparação com outubro, a alta foi de 13,9%.
Os dados são bem menores quando a comparação é feita em relação ao acumulado do ano até novembro de 2007 e 2008. Neste recorte a alta é de 2,1%.
Segundo os técnicos da Serasa Experian, o principal fator que levou ao aumento do calote entre as empresas é o efeito da crise financeira global sobre o crédito --que ficou mais cara e difícil de se obter, inclusive em linhas importantes como as de capital de giro e ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio).
"Anteriormente aos efeitos da crise, as empresas brasileiras já passavam por um encarecimento do crédito, por conta da evolução da Selic [taxa básica de juros] no período de abril a setembro, acompanhado pelo crescimento da inadimplência do consumidor, que afeta a rentabilidade das empresas menos capitalizadas", explicou a empresa.
Apesar da forte alta da inadimplência nos últimos meses do ano, a Serasa espera que o indicador tenha uma alta mais leve em 2008 do que em 2005 e 2006, quando fecharam respectivamente com ganhos de 13,5% e 5,4%. Isso aconteceria porque a inadimplência teve seguidas quedas nos primeiros meses do ano.
*Títulos protestados lideram* No acumulado do ano, os líderes em representatividade na inadimplência das empresas foram os títulos protestados, com 41,8% de participação. Os cheques devolvidos somam 39,1%, e as dívidas nos bancos representam 19,2%.
Por valor médio das dívidas, as dívidas com os bancos são as maiores: R$ 4.387,62, ou 7,2% maior do que no mesmo período de 2007. Em seguida vieram os títulos protestados (R$ 1.559.89, alta de 5,2%) e os cheques devolvidos (R$ 1.319,45, elevação de 13,1%).