postado em 31/12/2008 10:12
O balanço de 2008 do setor de seguros e resseguros é positivo, avaliou o titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio dos Santos Júnior, em entrevista à Agência Brasil. O faturamento do setor deve se aproximar dos R$ 100 bilhões este ano. E a marca deve ser superada em 2009, incluindo aí também o seguro saúde, acredita Armando Vergílio. A Susep é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de seguros e resseguros.
;Conseguimos superar as expectativas iniciais com relação, principalmente, à abertura do mercado de resseguro. É a prova cabal de que a regulação feita por nós no final do ano passado, e que começou a vigorar em abril deste ano, foi adequada e conseguiu atrair a atenção de vários investidores internacionais;, disse Armando Vergílio.
O setor de resseguros está encerrando o ano de 2008 com 41 resseguradoras nas três modalidades (local, admitida e eventual). Dessas, cinco são resseguradoras locais já operando no país: IRB Brasil-Re, Munich Re, J. Malucelli, Mapfre e XL. Além disso, Armando Vergílio destacou a existência no mercado de cerca de 30 brokers (corretoras) de resseguro. ;São cerca de 70 a 80 novas empresas operando no setor de resseguros aberto no Brasil;.
;Temos 16 resseguradores admitidos (estrangeiras com escritório no país, mas operando a partir do exterior) já cadastrados e autorizados e 20 resseguradores eventuais. ;Ou seja, já são 41 resseguradoras operando nesse mercado, com a perspectiva de, no curtíssimo prazo, ter no mínimo até 15 novas empresas de resseguros;, acrescentou.
Ele falou também sobre o IRB, que detinha o monopólio do mercado ressegurador no Brasil. A quebra do monopólio fez bem à empresa, avaliou o superintendente da Susep. ;O IRB tem divulgado sucessivos lucros em seus balanços. É o maior ressegurador nacional, tem capital robusto e está passando por um processo de renovação e de contextualização em relação a essa nova realidade, que é o mercado concorrente. O IRB tem muita credibilidade internacional e também na sociedade brasileira, além de ter um bom corpo técnico;.
De acordo com a Lei Complementar 126, que abriu o mercado do resseguro, a preferência para os negócios de resseguro será para as empresas locais. Durante os próximos três anos, 60% de qualquer cessão de resseguro que a seguradora tiver que fazer tem que ofertar preferencialmente ao mercado de resseguradoras locais. Essa é uma regra criada para incentivar o surgimento de um mercado ressegurador local, forte e concorrente, salientou Armando Vergílio.
Ele aposta que o setor segurador brasileiro deve continuar em ritmo de crescimento em 2009, embora experimentando alguma desaceleração devido à crise externa. No ano passado, o setor de seguros nacional cresceu 17%. Para este ano, Vergílio prevê um aumento entre 17% a 18%. Para 2009, a perspectiva ainda é boa, ;em que pese estarmos bastante vigilantes em relação à questão da crise financeira mundial;. A previsão é que haja ainda um crescimento positivo, embora se reduza para 12% a 15% no próximo ano.