postado em 31/12/2008 10:54
A crise financeira internacional chegou ao setor elétrico brasileiro e provocou uma queda na demanda por energia elétrica de 5,6% neste mês em relação a novembro e de 3,1% em comparação a dezembro do ano passado. Os dados constam do Boletim de Carga Mensal, cujos valores preliminares da carga de energia demandada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) foram divulgados ontem (30/12), no Rio de Janeiro, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Segundo o órgão, a queda é o reflexo da continuidade da turbulência financeira internacional e da retração das expectativas dos consumidores ao aumento do consumo, e a limitação de crédito tem contribuído para a diminuição do ritmo de expansão da produção industrial de bens duráveis. A conjuntura levou a que, no acumulado dos últimos doze meses, a demanda por energia junto ao SIN crescesse apenas 2,8%, em relação ao período imediatamente anterior.
A demanda total por energia ao Sistema Interligado em dezembro foi de 49,42 mil Megawatts (MW) médio, contra uma demanda média, de janeiro a dezembro deste ano, de 51,86 MW.
Os dados do SIN indicam que a maior retração ocorreu no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, cujos valores preliminares de carga de energia indicam uma retração de novembro para dezembro de 6,8%, superior, portanto, em 1,2 ponto percentual queda nacional. Em relação a dezembro do ano passado, esta retração chega a - 5,1%.
A demanda da atividade econômica da região tem sido muito afetada pela crise internacional, levando setores de grandes representatividades da indústria a tomarem medidas preventivas de redução da produção, com paralisações temporárias e antecipação de férias coletivas, afirma o ONS.
Também houve variações negativas nos subsistemas Sul (- 1,6% frente a novembro e estabilidade em relação a dezembro do ano passado, de 0,2%); e Nordeste (- 6,9% frente a novembro e - 1,7% frente a dezembro do ano passado).
A exceção foi o subsistema Norte, que embora tenha fechado negativo em 1,6% frente a novembro, chegou a crescer 3,7% em relação a dezembro do ano passado.
Nas taxas anualizadas, todos os subsistemas fecharam com resultados positivos, com destaque para a região Norte (4,1%); Sul (3,5%); e Nordeste (3,1%). Região de maior parque fabril do país, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste foi o que menos cresceu: 2,3% - resultado inferior ao crescimento anualizado para o total do sistema, de 2,8%.