postado em 02/01/2009 08:35
Os governos da China e da Índia anunciaram pacotes vultosos de investimentos públicos para estimular o crescimento e evitar a escalada do desemprego -contado aos milhões em países com mais de 1 bilhão de habitantes.
A China anunciou em novembro plano de US$ 580 bilhões, principalmente destinados à construção de aeroportos, ferrovias, rodovias e redução de impostos.
A eficácia dessas medidas, contudo, é controversa entre especialistas. "A experiência mostra que uma política que focaliza investimentos nacionais apenas em infraestrutura e construção não consegue estimular o consumo doméstico", afirma o diretor do Instituto de População e Economia do Trabalho, Cai Fang, da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
"Um sistema de previdência social é urgentemente necessário para reduzir a pobreza e encorajar o consumo. Sem proteção, nosso sistema favorece uma taxa de poupança muito alta." Até quem defende o pacote reconhece que seus efeitos vão demorar a surgir. "Leva tempo para construir pontes ou estradas, e minha previsão é que o pacote de estímulo não vá provocar um grande aumento do crescimento", diz o economista Ben Simpfendorfer, do Royal Bank of Scotland.
O governo indiano anunciou um pacote bem mais modesto, de US$ 4 bilhões, que inclui obras para estimular a economia e cortes fiscais, como a redução do Imposto de Valor Agregado a uma série de produtos.
"A Índia tem uma economia bem menos aberta que a da China, então o peso das exportações é menor", diz o economista Rajeev Malik, da Macquarie Capital Securities. "Mas, ao contrário da China, a Índia não tem como aumentar muito os gastos públicos."