Economia

Crise leva lojistas do DF a elevar preços do material escolar

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postado em 04/01/2009 08:47
Tradicionais vilãs das contas de início de ano, as listas de material escolar devem provocar um rombo ainda maior no bolso dos pais. É mais um efeito da crise econômica internacional, que já causou reajuste de preços de remédios e produtos médico-hospitalares, entre outros que têm o dólar como ;ingrediente; de peso na composição do valor de venda. Como boa parte do papel usado na fabricação dos livros didáticos e da matéria-prima de bens como lápis de cor e tinta também é importada, algumas papelarias do Distrito Federal já começaram a praticar preços mais altos. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel), José Aparecido da Costa, o reajuste nos livros e derivados do papel e madeira deve ficar em torno de 7% nas primeiras semanas deste mês, mas há papelarias que afirmam que já foi repassada uma diferença de 10% a 15%. Produtos importados, como mochilas e fichários de desenhos animados famosos, como Pucca, Barbie e demais personagens da Disney, que as crianças adoram, devem ficar ainda mais salgados. A previsão de José Aparecido, é de um reajuste de 15%, sendo que em novembro os preços já tinham aumentado 7%. Alguns itens, no entanto, chegaram a dobrar de preço. ;Fechamos as compras de todo o material escolar em junho. A mochila da Barbie, que estou vendendo por R$ 89, se fosse vender pelo preço de hoje, sairia por R$ 170 a R$ 180. O modelo novo está R$ 205;, revela Robério Melo, gerente do Shopping Risk, em Taguatinga. ;Estou vendendo o caderno brochurão de 96 folhas por R$ 3,05. Esse é o preço de custo dele hoje;, afirma. Quanto aos livros, Robério Melo informou que houve reajuste de cerca de 3% em novembro, mas que há previsão de até 15% de aumento para as mercadorias que serão entregues a partir desta semana. ;O que está na loja não terá nenhuma mudança de preço. Só o que chegar daqui para a frente é que pode ter algum reajuste;, ressalta. Mesmo que as papelarias garantam que não repassarão a diferença, o consumidor deve, mais do que nunca, pesquisar preço de tudo. Até mesmo dos livros didáticos que são tabelados, pois enquanto algumas lojas afirmam que não tiveram reajuste em dezembro, outras garantem que todo o aumento já foi repassado. ;O material didático já subiu em todas as editoras. Em novembro e dezembro, o reajuste foi de 10% a 15%;, enfatiza Fátima Barros Cavalcanti, proprietária da papelaria A Educativa, na Asa Norte. ;Independentemente de crise, todos os anos, as editoras aumentam os preços dos livros, com ou sem inflação. É como se fosse uma data-base deles;, diz. Ela assegura que o material escolar não terá aumento na sua loja, pois os estoques foram feitos com antecedência. Na Brito Papelaria, também na Asa Norte, já houve um reajuste de 6% a 7% nos preços dos livros em novembro e as editoras sinalizaram novos aumentos este mês, mas sem precisar o percentual, segundo a gerente Leida da Silva. ;Não devemos repassar, pois fizemos nossos estoques com antecedência. A não ser que falte algum livro;, observa. Leida Silva garante que material escolar em geral também não terá alteração, apesar de os preços para novas encomendas estarem até 20% mais caros. Segundo Bruno Polcheira Leal, gerente da ABC Office, no SIG, os livros didáticos tiveram aumento de cerca de 5% em novembro e 7% em dezembro. ;Como a maioria das papelarias não trabalham com estoque, muitas estão com os preços desatualizados e passaram valores mais baixos para o cliente. Mas quando o livro chegar, terão que repassar a diferença para o consumidor;, alerta. Com exceção dos livros didáticos, Bruno Leal afirma que os estoques da ABC Office garantem material escolar sem aumentos. Para não ficar sem livro A gerente de desenvolvimento de laboratório Renata Mafra já comprou todos os livros e material didático para seu filho, matriculado na 6ª série. Pagou R$ 1.090. ;Consegui 5% de desconto e parcelamento em quatro vezes sem juros. A papelaria só divide em três, mas como compro aqui há vários anos, fizeram essa condição especial;, comemora. Uma das grandes preocupações de Renata foi garantir todo o material solicitado pela escola. ;Sempre compro na primeira quinzena de janeiro. Na 2ª quinzena, sempre falta livro, pois ninguém estoca e todo mundo deixa para comprar na última hora;, diz. Mesmo faltando quatro livros, Renata já deixou pago para garantir a lista completa para seu filho. Papelarias como a ABC Office fizeram até promoções para os clientes anteciparem as aquisições de material escolar. ;Para evitar tumulto, lançamos campanha desde novembro para os pais anteciparem as compras e pagar só em fevereiro. Muita gente aproveitou;, afirma. A analista de planejamento Isa Queiroz comprou todo o material para a filha, que está cursando o 1º ano do ensino médio, e para o filho, matriculado na 8ª série. Pagou mais de R$ 2,3 mil. ;Vou pagar à vista, para aproveitar o desconto de 5%. Comprei tudo antes porque vou viajar. Mas vou deixar tudo aqui para ser encapado e etiquetado. Quando voltar, pego tudo pronto;, diz. Segundo José Aparecido, presidente do Sindpel, para esse início de ano, o crescimento esperado pelo setor era de 5%. Mas com a crise, as expectativas esfriaram um pouco e caíram para um aumento de 3% nas vendas. Leia matéria completa na edição deste domingo (04/01) do Correio Braziliense

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