Economia

Consumidor de São Paulo inicia o ano com confiança abalada e menos dívidas

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postado em 06/01/2009 16:20
As expectativas negativas dos consumidores devido à crise econômica mundial determinaram a queda no endividamento e da confiança no início de 2009, divulgou nesta terça-feira (6/01) a Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Segundo pesquisas da entidade, o número de famílias endividadas no município de São Paulo em janeiro caiu 5 pontos percentuais, passando de 50% em dezembro para 45%. Já a confiança retraiu 2% em relação ao mês anterior e alcançou 124,4 pontos, o menor índice desde novembro de 2005, quando atingiu 117,3 pontos. "A queda dos indicadores se deve pelas expectativas negativas dos consumidores devido à crise financeira internacional, o que gera cautela para a aquisição de novas dívidas ou financiamentos e principalmente, em relação à confiança futura", informa a Fecomercio-SP. Quanto à redução do nível de endividamento, a entidade aponta a combinação entre a oferta menor de crédito para financiamento de veículos e também o pagamento do 13° salário no final do ano passado, muitas vezes utilizado para pagar dívidas em atraso. "Para os próximos meses, os níveis de endividamento e inadimplência dos consumidores dependerão basicamente, da intensidade dos reflexos da crise financeira sobre a economia brasileira, principalmente sobre o nível interno das atividades", avalia a entidade. A percepção dos consumidores em relação à situação atual anotou retração de 0,1% em relação a dezembro (118,5 pontos). Já a percepção em relação ao futuro teve queda de 3,1% em ante dezembro, aos 128,4 pontos. Abaixo dos cem pontos, o índice representa pessimismo e acima, otimismo. "Há evidências que essas quedas consecutivas [a quarta seguida] já são uma tendência de retrações futuras em face aos desdobramentos do cenário internacional, notadamente do reflexo que a crise possa ter sobre o setor real de atividade econômica", avalia a entidade. Dívidas Do total de famílias endividadas, 31% estão com contas em atraso, o que representa uma alta de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior. De acordo com a pesquisa da Fecomercio-SP, entre os consumidores com rendimento de até três salários mínimos, 43% têm algum tipo de dívida. Na faixa de renda de quatro a dez salários, 45% estão endividados, enquanto famílias que ganham mais de dez salários mínimos, o percentual de endividamento alcança 51%. O levantamento mostra ainda que 27% dos endividados com renda até três salários mínimos estão com contas em atraso, contra 33% dos que ganham de quatro a dez salários mínimos, e 38% entre os que possuem renda acima deste patamar. Entre os inadimplentes, 37% acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente as suas dívidas. O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida para 43% dos consumidores, seguido pelos carnês (30%), crédito pessoal (9%), cheque especial (3%), cheque pré-datado (3%) e crédito consignado (2%). Quanto às despesas que mais afetaram as dívidas atuais, 27% dos consumidores apontaram os gastos com alimentação, enquanto para 23% estão os gastos com eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

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