Economia

Petróleo opera em alta, apesar de dados econômicos negativos nos EUA

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postado em 06/01/2009 16:25
O preço do petróleo se distancia dos US$ 50 a que chegou nesta terça-feira (6/01), mas ainda se mantém em alta. A divulgação de indicadores econômicos nos EUA levou os investidores a venderem contratos da commodity, mas a tensão no oriente Médio e o impasse entre Rússia e Ucrânia sobre gás natural ainda pressionam as cotações. Às 15h53 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em fevereiro, negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), estava cotado a US$ 49,56, em alta de 1,54%. Pela manhã, o barril chegou a US$ 50,47. O valor mínimo, até o horário, era de US$ 47,60. Nos EUA, o número de encomendas à indústria teve queda de 4,6% em novembro, marcando o quarto mês consecutivo de retração. O resultado ficou muito abaixo das expectativas dos analistas, que previam uma queda menor, de 2,5%. Além disso, as vendas pendentes de casas usadas no país caíram 4% em novembro em relação a outubro. No acumulado de 12 meses, a perda é de 5,3%. Com a economia dos EUA em recessão, a expectativa dos investidores é de uma queda na demanda, não só no país, mas no consumo mundial da commodity. Mesmo assim, fatores geopolíticos têm exercido a maior influência sobre o mercado petrolífero nos últimos dias. Gazprom Hoje o porta-voz da companhia de gás russa Gazprom, Serguei Kuprianov, afirmou que a empresa está disposta a retomar as conversas com estatal ucraniana Naftogaz "a qualquer momento" para resolver a questão do fornecimento de gás para a Ucrânia e restabelecer o envio do combustível para a Europa. O presidente da ucraniana Naftogaz, Oleg Dubina, anunciou que viajará a Moscou na quinta-feira (8) para retomar as negociações com o consórcio russo sobre o fornecimento e o trânsito de gás. A Presidência da UE (União Europeia) --nas mãos da República Tcheca-- já advertiu Rússia e Ucrânia para que resolvam nesta semana a crise de abastecimento de gás natural à Europa. A Gazprom cortou na quinta-feira passada o fornecimento de gás natural para a Ucrânia devido a uma falta de acordo sobre o preço que será pago pelo produto. Antes de romper as negociações, Moscou propunha à Ucrânia elevar o preço do gás de US$ 179,5 por mil metros cúbicos em 2008 para US$ 250 em 2009, mantendo a tarifa de passagem em US$ 1,70 para o transporte de cada mil metros de gás por 100 quilômetros de percurso. O conflito em Gaza, por sua vez, não afeta diretamente o fornecimento de petróleo, mas países da região, como o Irã, podem decidir dificultar o fornecimento como forma de atingir os países que venham a apoiar Israel. No domingo (4/01), o general iraniano Mirfeysal Bagherzadeh sugeriu que os países muçulmanos cortem o fornecimento de petróleo aos países que apoiam Israel, em represália pelos ataque contra a faixa de Gaza. "O petróleo pode servir como um fator potente para pressionar os Estados Unidos e os países europeus que apoiam o regime sionista", afirmou o chefe militar iraniano. Ele acrescentou que a decisão de cortar o petróleo a essas nações "pode ser uma das táticas do mundo islâmico para apoiar os inocentes palestinos [sem especificar se falava apenas da população civil ou se incluía os integrantes do Hamas]" na "guerra desigual" de Gaza. O Irã é o segundo maior produtor entre os países-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), depois da Arábia Saudita.

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