Economia

Bovespa fecha em alta de 1,91%, aos 42.312 pontos

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postado em 06/01/2009 18:45
As ações brasileiras valorizaram pelo sexto pregão. A avaliação bastante pessimista do Federal Reserve (banco central dos EUA) sobre a economia americana não foi suficiente para virar o mercado, que manteve a recuperação durante toda a jornada. O câmbio retraiu para R$ 2,18. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 1,91% e atingiu os 42.312 pontos, o patamar mais alto desde 3 de outubro. O giro financeiro foi de R$ 4,28 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York opera em alta de 0,46%. "Fundamentalmente, não há nada que explique muito bem essas últimas altas da Bolsa. Lá fora [Nova York] subiu um pouco, o que ajudou as ações subirem por aqui também. Mas o clima ainda é cautela e é bom ficar atento. Não dá para sinalizar o resto do primeiro semestre por esses poucos dias", comenta Fábio Prandini, operador da corretora Elite. "O que nós vemos é que o capital estrangeiro, muito timidamente, começa a retornar para a Bolsa brasileira", acrescenta. O dólar comercial foi negociado por R$ 2,180 para venda, o menor preço para a moeda americana desde 7 de novembro. O valor representa um forte declínio de 3,24%. A taxa de risco-país marca 385 pontos, número 0,77% abaixo da pontuação anterior. O Federal Reserve, o Fed, divulgou hoje a ata relativa a sua reunião do dia 16 de dezembro, quando ajustou a taxa de juros americana para uma "banda" entre zero e 0,25% ao ano. A ata mostrou uma leitura bastante pessimista da economia americana. Os integrantes do Fed somente esperam uma recuperação moderada dos EUA em 2010 e esperam uma contração ainda pior do que o previsto para 2009. Também sugerem que devem manter os juros básicos em nível "excepecionalmente baixo" por mais algum tempo. Analistas e investidores, no entanto, ainda mantém um relativo otimismo com a proximidade da posse do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, que articular com o congressso americano a aprovação de um pacote bilionário de estímulo à economia americana. O mercado ainda resistiu a uma série de indicadores bastante negativos da economia americana. O Departamento de Comércio dos EUA reportou que o nível de encomendas de bens industriais sofreu um declínio histórico de 4,6% em novembro, pelo quarto mês consecutivo. Economistas do setor financeiro projetavam uma retração entre 2,5% e 2,6%. No setor imobiliário, o instituto privado National Association of Realtors apontou que as vendas pendentes de casas nos EUA caíram 4% em novembro, ainda pior do que o esperado por analistas de bancos e corretoras. O índice ISM, relativo ao nível de atividade do setor de serviços, mostrou leitura de 40,6 pontos ante 37,3 pontos em novembro. O dado é importante porque o setor de serviços responde por cerca de 80% da economia americana. Pela metodologia do ISM (Instituto de Gestão de oferta, na sigla em inglês), uma leitura abaixo de 50 pontos indica que o setor de serviços está em contração. No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou que a produção industrial do país caiu pelo segundo mês consecutivo e teve desaceleração de 5,2% em novembro frente ao mês anterior.

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