postado em 07/01/2009 15:38
As vendas para o Natal de 2008 caíram para quase metade, ou 49%, dos empresários do Distrito Federal entrevistados pelo Instituto Fecomércio. A queda do consumo é em comparação com o mesmo período de 2007, quando o comércio da capital federal registrou o melhor desempenho do Natal dos últimos dez anos. Para outros 33% dos entrevistados, as vendas do ano passado foram iguais as de 2007. Apenas 18% dos empresários registraram crescimento no comércio. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (7/01).
Para o diretor do Instituto, Mauro Machado, é até injusto comparar as vendas do último Natal com as de 2007, quando a moeda estável e o crescimento econômico transmitiam segurança aos consumidores e favoreciam o comércio. No Natal passado, o consumidor buscou ir às compras com um pouco mais de cautela. "É inegável a influência psicológica, a própria mídia mostrou o tempo inteiro os efeitos da crise econômica no mundo. Se o consumidor podia substituir o presente que queria dar por algo mais barato, ele o fez", afirma Machado.
Em média, a queda nas vendas de Natal nos nove segmentos pesquisados foi de 4,77%. O setor que apresentou maior recuo foi o de eletro eletrônicos (-10,67%), seguido de óticas (-10,31%) e móveis e decoração (-7,21%). De acordo com Machado, além da influência da cotação do dólar no menor volume de vendas dos eletro eletrônicos, outro fator importante foi a divulgação antecipada de que grandes redes de varejo fariam promoções no mês de janeiro. "Já se falava abertamente nas liquidações de janeiro. Muitos consumidores que queriam comprar móveis ou eletrônicos deixaram para depois", explica o diretor, que ainda completa: "O comércio já espera para 2009 um janeiro superior ao do ano passado". Apenas dois segmentos registraram aumento de vendas: telefone celular ( 7%) e perfumaria ( 4,5%).
Crédito
A forma de pagamento mais utilizada no Natal, segundo a pesquisa, foi o cartão de crédito, com 69,7%. Apenas 14,9% das compras foram pagas à vista e 7,8%, com cheque pré-datado. Segundo Machado, o percentual não contradiz a cautela observada nos consumidores. "O cartão de crédito ofereceu condições de financiamento sem juros. Várias lojas parcelavam em quatro, cinco vezes sem juros. Isso é um apelo fantástico".
O gasto médio dos consumidores do DF foi de R$ 239,44. Os preços médios dos presentes variaram de R$ 102,17, em lojas de departamento, a R$ 507,92%, no setor de móveis e decoração. Gasto esse superior ao verificado em 2007. "O valor do próprio produto ficou mais caro em 2008, até pela influência da alta do dólar", explica o diretor.