Economia

Obama anuncia corte de US$ 1.000 de imposto por família para estimular consumo

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postado em 08/01/2009 16:28
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta quinta-feira (8/01) um corte de impostos de 1.000 dólares para 95% das famílias americanas, como parte de seu plano de recuperação da economia. Em discurso pronunciado perto de Washington, Obama, que assumirá oficialmente no dia 20 de janeiro, explicou que a medida tem como meta estimular o consumo. Esta medida será "a primeira etapa da redução de impostos para a classe média que prometi durante a campanha eleitoral e que será incluída no próximo orçamento", declarou. O custo do plano de recuperação preparado pela equipe de Obama, que consiste em 40% em reduções de impostos, foi avaliado em pelo menos 775 bilhões de dólares. "O plano vai, de fato, aumentar o déficit orçamentário do país a curto prazo", admitiu o presidente eleito. "Contudo, também é fato que fazer pouco ou não fazer nada levaria a um maior déficit de empregos, de renda e de confiança em nossa economia", acrescentou. A ausência de um amplo plano de resgate teria conseqüências desastrosas na economia, muito piores que o aumento do déficit orçamentário, advertiu Obama neste discurso pronunciado na universidade George Mason em Fairfax (Virginia, leste dos EUA). Abalado pela crise, o orçamento dos Estados Unidos deve apresentar um déficit faraônico de 1,2 trilhão de dólares este ano, segundo um relatório da Comissão de Orçamento do Congresso americano (CBO) publicado na quarta-feira. "Não acho que seja tarde para mudar de direção, mas será tarde se não tomarmos providências cruciais o mais rápido possível. Se nada for feito, esta recessão pode perdurar durante anos", advertiu o futuro chefe de Estado. "O desemprego poderia subir para um número de dois dígitos. Para resumir, uma conjuntura ruim poderia se tornar muito pior", acrescentou. De acordo com o relatório do CBO publicado na quarta-feira, o déficit do exercício 2008/2009 deve representar 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 3,1% no ano passado. O CBO também anunciou uma contração de 2,2% da atividade este ano e previu uma taxa de desemprego de 9% para 2010, contra 6,7% atualmente. Estas previsões de déficit não levam em conta o custo do plano de recuperação de Obama. Quando o custo do plano para o exercício em curso for conhecido, o déficit será muito provavelmente superior a 10% do PIB, um dos maiores desde a Segunda Guerra Mundial, quando o déficit chegara a 30% do PIB. O presidente eleito também prometeu nesta quinta-feira multiplicar por dois a produção de energias alternativas nos próximos três anos, e melhorar a eficiência energética em dois milhões de casas. "Vamos modernizar mais de 75% dos prédios da administração, e melhorar a eficiência energética em dois milhões de moradias americanas, poupando assim bilhões de dólares para consumidores e contribuintes", destacou. Quarta-feira, Obama voltou a referir às causas da crise econômica. "Wall Street não funcionou, e nosso sistema de regulação não cumpriu sua missão", declarou em entrevista ao canal de televisão CNBC. "Haverá uma reforma profunda. Teremos uma melhor aplicação (da regulamentação), uma maior vigilância e mais transparência", prometeu.

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