Economia

Especialistas pedem que G20 promova capitalismo responsável

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postado em 09/01/2009 15:15
Especialistas econômicos, políticos e líderes mundiais que participaram da conferência "Novo Mundo, Novo Capitalismo", encerrada em Paris (França) nesta sexta-feira (9/01), pediram ao G20 (que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) a adotar medidas concretas para reformar o sistema e o tornar mais "responsável" em sua reunião do dia 2 de abril em Londres. Como exemplo destas medidas, o primeiro-ministro francês, François Fillon, citou a "harmonização" dos fundos próprios dos bancos, a regulação das remunerações e a "luta sem piedade contra os paraísos fiscais". São apenas algumas das propostas que o dirigente francês sugeriu em seu discurso de encerramento deste fórum presidido pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair. Segundo Fillon, a cúpula de Londres do G20 deve fixar as novas regras do sistema financeiro mundial e deve fazer isto considerando que a crise atual afete todos e que, portanto, é necessário "repensar" o mundo considerando todos os atores internacionais. Dirigindo-se aos Estados Unidos, o primeiro-ministro afirmou que é necessário que este país tenha claro que só se poderá superar esta crise através da cooperação internacional. "A mensagem da Europa para os EUA é este: vivemos a primeira crise real e generalizada da globalização" e isto conduz à necessidade de "repensar o mundo", declarou. Tony Blair também discursou na sessão de encerramento e o fez para se juntar ao argumento de que "é necessário reformar" o sistema e iniciar uma nova regulamentação que sirva à "economia real". O objetivo, disse, "não é o abandono da economia de mercado ou a destruição do capitalismo", mas garantir sua manutenção lhe dando a capacidade necessária para criar riqueza para o conjunto da sociedade. Blair expressou seu desejo de que este novo sistema "recompense o trabalho, não a especulação simples e fácil". Em termos similares, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, defendeu a necessidade de corrigir a "atenção excessiva" que durante muito tempo se deu aos benefícios a curto prazo em detrimento dos resultados a longo prazo. Trichet defendeu o "rompimento com o modelo atual" para superar os "grandes erros" e a fragilidade do sistema financeiro atual.

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