Economia

Distrito Federal terá mercado de peixes

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postado em 10/01/2009 09:25
Polo consumidor de pescados mais importante do país, o Distrito Federal vai ganhar até o fim deste ano uma unidade modelo de comercialização de peixes. O mercado, previsto para ser construído dentro da Ceasa, oferecerá infraestrutura aos piscicultores da região que quiserem pré-industrializar o produto. A tendência é que isso ajude a organizar a cadeia e reduza custos. O cliente final também deverá ser beneficiado, já que poderá levar para casa peixe fresco e mais barato. O terreno destinado ao centro está em fase de preparação. O prédio, com sala de processamento, revenda com boxes para atendimento e câmara fria, ocupará uma área de 270 metros quadrados. Anexada à planta estará ainda uma fábrica de gelo. O peixe que chegar à unidade de comercialização será beneficiado e estocado. Programa nacional A gestão será de responsabilidade dos próprios produtores, em parceria com o GDF. Os recursos financeiros, em sua maior parte, saíram da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), órgão federal com status de ministério. Dirceu Lopes, secretário-adjunto da Seap, explica que a iniciativa faz parte de um programa nacional que tem como objetivo estruturar os vários segmentos envolvidos com a pesca. ;É um local que vai funcionar com sanidade absoluta, tudo dentro dos melhores padrões. Há grande potencial no DF e isso precisa ser aproveitado;, diz. Em São Paulo, segundo ele, existe um centro de pescado que funciona de forma semelhante. Apesar da distância em relação ao mar e das limitações territoriais, o Distrito Federal consome bastante pescado. Entre peixes de água doce e salgada, além de frutos do mar em geral, são 13kg por habitante/ano, marca bem superior à média nacional, que é de 7kg/ano. De 1999 a 2006, a produção de peixes no DF saltou de pouco mais de 200 toneladas para 1.000 toneladas. Já os piscicultores passaram de 173 a 350. O modelo de produção é reconhecido nacionalmente pela alta produtividade e boas práticas adotadas. A principal estrela dos tanques artificiais é a tilápia, peixe que se adaptou com facilidade ao clima. Expectativa O piscicultor Leonel da Mata afirma que a produção e o consumo locais crescem a taxas chinesas e que, apesar da crise financeira mundial, nada indica que a atividade sofrerá qualquer baque. ;Ainda há muito o que crescer;, reforça. Segundo ele, que também possui dois restaurantes especializados em peixe, o centro de comercialização que ficará na Ceasa poderá servir de incentivo ao setor. ;É uma iniciativa louvável. Só precisamos saber qual será o custo;, completa. Em um segmento onde o que importa é agregar valor, baixar custos é fundamental para se manter de pé. ;O que é custo pode se tornar lucro. Além disso, o consumidor ganhará em qualidade;, justifica Denival Aparecido de Oliveira, administrador da fazenda de Leonel da Mata. Vendido em feiras ou em supermercados, o peixe comercializado no DF ; em sua grande maioria ; vem de longe. Apesar da produção aumentar ano após ano, o mercado local não é autosuficiente: menos de 25% da demanda é atendida. Melhor organizados, os produtores da região tendem a ocupar espaços e querem conquistar novas faixas de consumidores. ;Em vez de viajar 2.000 quilômetros, o peixe virá daqui de pertinho. A vantagem disso é enorme e as pessoas dão bastante valor a isso;, diz Agnaldo Alves, subsecretário de Agricultura do Distrito Federal. Com 15 baias para atendimento ao público, o mercado do peixe na Ceasa tem a pretensão de se tornar referência nesse tipo de varejo. ;Esse modelo cria um novo padrão para o mercado local;, completa Alves.

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