Economia

Custos da construção civil aumentaram acima da inflação em 2008

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postado em 10/01/2009 09:45
Os brasileiros que compraram ou construíram um imóvel no ano passado arcaram com reajustes ainda maiores de preços. Os custos da construção civil cresceram bem acima da inflação em 2008. Na média nacional, o metro quadrado (m²) ficou 11,73% mais caro em relação a 2007. No ano anterior o incremento havia sido de 6,08%. No Distrito Federal, o acréscimo foi ainda maior, de 12,06%, de acordo com os números do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi). O índice, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mede os custos para construir um imóvel. Os materiais de construção foram os grandes vilões. Puxados por reajustes nos preços internacionais, eles ficaram 13,78% mais caros nos 12 meses do ano. A mão-de-obra ficou 8,97% mais onerosa no período. Com isso, o m², que em dezembro de 2007 valia R$ 605,71, passou a custar R$ 676,78 no mês passado. Na capital federal, o custo é de R$ 701,60, o quinto mais caro do país. ;O primeiro semestre de 2008 teve um aumento forte de preços das mercadorias cotadas no mercado internacional, como ferro, vergalhões e metais ferrosos. Além disso, a demanda estava elevada, o que pressionou os preços;, afirma a coordenadora dos Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes. Custos contidos Em 2009, a expectativa é melhor, na previsão do setor. ;Com o recuo nos preços das commodites este ano, somado ao menor crescimento do setor, inclusive por causa da crise, com certeza o índice vai desacelerar em 2009;, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão. Além disso, destaca o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Elson Ribeiro e Póvoa, a queda da demanda internacional também vai ajudar a segurar preços. ;A demanda internacional em baixa não vai forçar as exportações e vai sobrar produtos no mercado interno. Há muita oferta. Produtos que levávamos dois meses para receber estamos recebendo no dia seguinte;, afirma. O varejo do segmento da construção civil conta com o otimismo do brasileiro para continuar seus projetos, mesmo com a crise econômica. ;Não temos sinalização de que vamos ter problema com a demanda. Fizemos uma pesquisa que mostra que 77% dos lares brasileiros precisam fazer algum tipo de reforma e destes, 36% pretendem reformar. Mas mesmo com a demanda alta não devemos ter aumentos de preços, porque as empresas continuam investindo, vamos ter uma oferta elevada também;, afirma o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz.

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