Economia

Indústria de calçados aposta no crescimento das vendas

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postado em 12/01/2009 10:38
Após amargar cinco anos de luta contra o câmbio e vendas instáveis no exterior, o setor calçadista brasileiro vê em 2009 uma oportunidade de crescer no mercado externo com a desvalorização do real. Nesta segunda-feira (12/01) tem início em São Paulo, com a presença do presidente Lula, a maior feira de calçados da América latina, a Couromoda. São cerca de 1,2 mil expositores de todo o país. Espera-se cerca de R$ 80 milhões em negócios realizados. ;Estão todos muito otimistas;, diz o presidente da feira, Francisco Santos. ;Apesar da crise, o mercado interno cresceu 5% em 2008 e espera-se o mesmo em 2009.; Um dos fatores para o otimismo foram as boas vendas de Natal. Segundo a Associação Comercial de São Paulo, 49% dos consumidores compraram roupas e calçados no Natal e as lojas estão com pouco estoque. Por conta da crise, a Dumond, fabricante de calçados femininos, reduziu de 12% para 8% a meta de expansão de vendas no País em dezembro. Mas foi surpreendida com crescimento de quase 16% na receita do Natal em relação à mesma data de 2007. De acordo com a direção da indústria, ;faltou sapato no Natal;. Se houvesse mais produto, o crescimento poderia chegar a 18%. O que afetou o crescimento, acredita-se, foi a desconfiança dos lojistas, temerosos com o encalhe. O mercado de calçados no Brasil movimenta R$ 30 bilhões anuais e a exportação está na casa de US$ 1,8 bilhão ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Calçados (Abicalçados). ;A demanda para os Estados Unidos e a Europa preocupam, porém nos últimos anos fizemos muitos investimentos em design para termos produtos de maior valor agregado. Com câmbio mais favorável, ofereceremos produto melhor com preço melhor;, explica o diretor da associação industrial de Novo Hamburgo (RS), Marco Aurélio Kirsch. A região tem uma das maiores concentrações de fabricantes do País e amargou queda de vendas e empregos. No País, o emprego no setor caiu cerca de 8% em 2008. O diretor de marketing da Vulcabrás/Azaleia, Pedro Barcelle, diz que 2009 será um ano ;difícil, porém bom;. A empresa fechou uma das fábricas no Rio Grande do Sul, mas afirma que neste ano haverá novos investimentos. ;Estamos lançando nossa primeira linha licenciada, e esperamos vender 2 milhões de pares.; O diretor do grupo de calçados infantis Kidy, Sérgio Gracia, espera expandir as exportações de 8% da produção para 15%, até 2010. ;E até o segundo semestre, devemos voltar a operar com 100% da capacidade produtiva.; Desde o meio do ano passado, a empresa trabalhava com 80% da capacidade.

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