postado em 15/01/2009 11:24
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em baixa nos primeiros negócios desta quinta-feira (15/01), após acumular dois pregões de desvalorização acentuada somente nesta semana. O mercado teme a deterioração da economia americana, revelada pelos recentes indicadores e os primeiros balanços corporativos já divulgados. O câmbio marca R$ 2,39.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, retrocede 0,36%, aos 37.846 pontos. Ontem, a Bolsa fechou em forte baixa de 3,95%. O dólar comercial é cotado a R$ 2,391 para venda, o que representa um acréscimo de 1,91% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 461 pontos, número 0,64% abaixo da pontuação anterior.
As Bolsas asiáticas registraram fortes perdas no fechamento de hoje, a exemplo da Bolsa de Tóquio (baixa de 4,92%) enquanto o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, caiu 3,24%. Na Europa, a Bolsa de Londres retrai 0,43% enquanto a Bolsa de Frankfurt cede 0,32%.
Ontem, a Bolsa de Valores brasileira desabou pela segunda vez na semana acompanhando o mau humor global. Os mercados refletiram o desempenho ainda pior do que o esperado das vendas no setor varejista dos EUA, o que reforça os temores sobre a deterioração da economia americana. Ainda no final do dia, o "Livro Bege", do Federal Reserve (banco central dos EUA), não contribuiu para melhorar o humor dos investidores: a análise aponta para um quarto trimestre de 2008 bastante ruim, o que deve se refletir nos balanços das empresas divulgados neste trimestre.
Hoje, o banco JP Morgan reportou uma queda de 76% em seu lucro no quarto trimestre, de US$ 702 milhões (US$ 0,07 por ação), contra US$ 2,97 bilhões (US$ 0,86 por ação) um ano antes. A expectativa dos analistas era de que o lucro do JPMorgan fosse ainda pior: apenas US$ 0,01 por ação.
Investidores e analistas aguardam ainda hoje dois indicadores bastante importantes da economia americana: a cifra semanal dos pedidos pelos benefícios do seguro-desemprego e o PPI (Índice de Preços de Produtor, na sigla em inglês), que indica os preços pagos no atacado.
No front doméstico, a FGV apontou uma deflação de 0,85% em janeiro, medida pelo IGP-10. Trata-se da pior deflação desde o início da série histórica do indicador (setembro de 1993).