Jornal Correio Braziliense

Economia

Novo salário mínimo vigora em fevereiro

;

O salário mínimo subirá de R$ 415 para R$ 465 a partir de fevereiro. O aumento real de 5,7% será feito por meio de Medida Provisória. O valor foi confirmado ontem pelo presidente Lula em reunião com sindicalistas. O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, o Paulinho, queria que o aumento fosse um pouco maior. Porém, o presidente teria dito que está garantido apenas os 5,7%, que considera a alta do PIB de dois anos atrás e inflação acumulada nos últimos 12 meses. No dia em que o governo e os trabalhadores receberam a péssima notícia de que 654 mil pessoas perderam o emprego em dezembro, os sindicalistas se reuniram com o presidente e saíram com a esperança de que medidas, como aumento na quantidade de parcelas do seguro-desemprego e novas desonerações, poderão ser adotadas. Lula ouviu as propostas e críticas e evitou promessas. As centrais defenderam que o trabalhador receba 10 parcelas de seguro-desemprego, retroativo a dezembro, em vez das atuais cinco. De acordo com a lei, se o Conselho Curador do FAT aprovar, o benefício pode ser ampliado em duas parcelas, dependendo da gravidade da situação. Uma alteração mais brusca, como a pedida, necessita de mudança na lei. ;Devemos ter novidades. Lupi (ministro do Trabalho) ficou de apresentar uma ideia na próxima semana;, afirmou Paulinho. Os sindicalistas querem ainda que os benefícios recebidos pelos empresários sejam condicionados à manutenção do emprego. Custo do dinheiro Fustigado pela possibilidade de uma onda de demissões, o presidente cobrará dos bancos públicos a redução dos encargos bancários. Com os sindicalistas, Lula se mostrou irritado com o fato de o Banco do Brasil e a Caixa não terem baixado os custos dos empréstimos. ;Voltei de férias e, para minha surpresa, o BB não tinha baixado os juros;, disse Lula, conforme relato de participantes do encontro. O puxão de orelhas será dado pelo presidente em reunião, amanhã, com representantes dos bancos públicos. Em coro com o presidente do BC, Henrique Meirelles, Lula dirá que tão importante quanto a queda da taxa de juros é a redução do spread ; a diferença entre o custo pago pelos bancos para captar recursos e para emprestá-los a pessoas físicas e jurídicas. ;O Meirelles diz com razão que é necessário derrubar o spread elevadíssimo. Nesse sentido, os bancos estatais têm papel importante a jogar e é importante que joguem;, disse um ministro próximo a Lula. Ontem, Meirelles conversou com Lula no início da manhã. Falaram do cenário econômico e da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa hoje e definirá a nova taxa Selic, em atuais 13,75% ao ano. Lula espera que haja um corte de pelo menos 0,75 ponto percentual.