postado em 20/01/2009 13:15
As Bolsas americanas operam em baixa nesta terça-feira (20/01). Os temores dos investidores sobre o setor bancário continuam a pressionar as cotações, nos EUA e em outros países. O mercado financeiro também aguarda a posse do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, na expectativa de que novas ajudas à economia sejam aprovadas para tirar o país da recessão.
Às 13h49 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 1,79%, indo para 8.132,68 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caía 2,56%, para 828,36 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 2,74%, indo para 1.487,40 pontos.
O diário britânico "Financial Times" ("FT") informou hoje que o Bank of America (BofA) deve cortar cerca de 4.000 postos de trabalho, principalmente em suas operações no mercado de capitais em Nova York, devido à compra do Merrill Lynch.
O BofA já havia anunciado em dezembro um corte de 35 mil funcionários nos próximos anos. No fim do ano passado, o banco empregava 243 mil pessoas e o Merrill cerca de 56 mil. O governo americano anunciou na semana passada uma ajuda de US$ 439 bilhões para ajudar o Bank of America e o Citigroup. O BofA recebeu mais US$ 20 bilhões do governo para ajustar sua contabilidade, depois da compra do Merrill Lynch, e outros US$ 118 bilhões em garantias contra "perdas incomuns" devido à aquisição do Merrill.
O Citigroup, por sua vez, teve um prejuízo de US$ 8,29 bilhões (US$ 1,72 por ação) no trimestre passado, e no ano, o tombo do banco foi de US$ 18,72 bilhões.
Na Europa, o Royal Bank of Scotland prevê que em 2008 tenha sofrido um prejuízo de US$ 41,3 bilhões - se confirmado, será o maior prejuízo já sofrido por uma empresa britânica.
Os investidores aguardam para ver a posse de Obama. Às 11h (14h no horário de Brasília), ele inicia a cerimônia oficial de posse com o juramento e seu primeiro discurso como presidente dos EUA. Os líderes democratas na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) apresentaram o projeto de lei de US$ 825 bilhões, como pediu Obama, para enfrentar a recessão do país nos próximos dois anos. O plano inclui US$ 275 bilhões em cortes de impostos e outros US$ 550 bilhões em investimentos em infraestruturas e em programas sociais e de eficiência energética.
"Os olhos estão hoje voltados para Washington e não para Wall Street", disse o analista Arthur Hogan, da Jefferies & Co. "Infelizmente, enquanto isso, as notícias vão ficando piores." Hoje a montadora Fiat anunciou uma parceria com a rival americana Chrysler; a italiana deverá ficar com 35% da rival, mas não deverá fazer pagamentos em dinheiro, e sim partilhar a tecnologia para veículos pequenos e de consumo mais eficiente de combustível.