Economia

Bancos baixarão juros, mas pouco

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postado em 21/01/2009 08:42
Os bancos públicos se anteciparam às cobranças do presidente Lula. O Brasil do Brasil avisou que, tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie o corte da taxa básica de juros (Selic), divulgará a redução dos encargos de várias linhas de crédito. ;Só não podemos dizer agora o tamanho da queda, porque dependemos da decisão do Banco Central. Mas que vamos reduzir as taxas, isso eu posso garantir;, afirmou o vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes. Já a Caixa Econômica Federal ainda depende da conclusão de estudos para baratear os empréstimos. ;Tudo indica que reduziremos os juros em, no máximo, 15 dias;, disse o vice-presidente de Finanças da instituição, Márcio Percival. O presidente se reúne com os dirigentes dos bancos, amanhã, no Palácio do Planalto Mas que Lula não espere baixas acentuadas. Segundo o vice-presidente do BB, se há uma variável jogando a favor do barateamento do crédito, a queda da Selic, há outra jogando contra, o aumento do desemprego, que tende a elevar o índice de calotes. ;Diante do fechamento de 654 mil postos de trabalho somente em dezembro, os departamentos de crédito de todos os bancos acenderam a luz amarela. O risco aumentou bastante;, ressaltou. Assim, não dá para esperar que o BB bote o pé no acelerador na redução dos juros, como quer o presidente da República. ;Se fizermos isso, as perdas crescerão e corremos o risco de destruir o banco;, frisou. Para Percival, todos querem que os juros caiam e há espaço para isso. ;Mas é importante que mantenhamos a qualidade dos empréstimos. Não podemos comprometer o resultado da Caixa;, emendou. ;É importante ser conservador. E, felizmente, temos um dos melhores departamentos de avaliação de risco do mercado, que define até aonde podemos ir;, acrescentou. A preocupação da Caixa com a atual conjuntura é tão grande, segundo o vice-presidente, que a instituição criou um comitê para monitorar semanalmente indicadores como o emprego, a renda e a inadimplência. Independentemente das preocupações, tanto Mendes quanto o vice-presidente da Caixa garantem que os bancos públicos vêm reduzindo as taxas de juros cobradas das empresas e dos consumidores desde novembro. ;Já fizemos três cortes, só não demos publicidade;, destacou o executivo do BB. ;Nas operações de capital de giro para as pequenas e médias empresas, as taxas recuaram de 1,94% para 1,42% ao mês. No cheque especial, os juros máximos baixaram de 8,62% para 7,99% mensais. E, no crédito direto ao consumidor (CDC) automático, o recuo foi de 6,5% para 4,5%;, exemplificou. A Caixa, lembrou Percival, lançou um ;pacotão; de redução de juros no final do ano passado envolvendo 21 operações de crédito. ;Como acreditamos que a Selic cairá pelo menos três pontos percentuais até o final do ano (de 13,75% para 10,75%), teremos um bom espaço para baixar ainda mais as nossas taxas;, afirmou. Na avaliação do vice-presidente do BB, no entanto, com o risco de inadimplência em alta, não há garantia de que todo o corte da Selic chegará às empresas e aos consumidores. ;É muito perigoso não considerar o risco potencial do aumento do desemprego;, disse. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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