Economia

Presidente da Abigraf acha que PIB corre risco de ficar negativo em 2009 devido à crise

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postado em 22/01/2009 19:23
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Alfried Plöger, disse hoje (22) que o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, corre o risco de ficar negativo este ano. Se o PIB for zero em 2009, já vai ser muito bom, afirmou, ao participar de reunião da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), da qual foi titular, na sede da Energisa, nesta capital. Ele disse que o cenário está muito complicado,e que as empresas têm de se preocupar com a perspectiva de aumento de desemprego. Ele analisou que a perda de 650 mil empregos formais, somente no mês de dezembro passado, de acordo com dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, neutralizou todos os empregos criados em 2008. Plöger, porém, defendeu a flexibilização das leis do trabalho como solução para o problema do desemprego, com redução da jornada e diminuição proporcional dos salários. É melhor a gente ganhar um pouco menos, todos nós, do que estarmos na rua. Esse é um sacrifício que vale a pena. E, obviamente, tem que ter uma contrapartida que não pode demitir, ou coisa assim. Não pode ser unilateral, disse. Para Plöger, o governo brasileiro não está encarando a crise internacional como deveria. Eu acho que eles falam coisas que não correspondem realidade. O ministro nosso [Guido Mantega, da Fazenda] dizer e insistir em um PIB de 4,5% é uma irresponsabilidade. Isso não é factível, assegurou. O presidente da Abrigaf contestou também o fato de que órgãos do governo, no caso, o Ministério da Fazenda e o Banco Central, trabalhem com taxas projetadas diferentes. Segundo o BC, a previsão para o PIB é de crescimento pouco maior que 3% este ano É uma coisa que já mostra o idealismo da situação, classificou Plöger. Ele admitiu que a redução de um ponto percentual na taxa de juros básica determinada ontem (21) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ajuda a dar um alívio na atual situação de crise. Ele defendeu, porém, que o governo deve tomar medidas mais pragmáticas,mais visíveis, como corte de impostos, por exemplo, que façam o consumidor se animar e ir s compras. Eu acho que as coisas têm que ser visíveis. Corte de impostos. Nós sentimos no próprio bolso, disse. O empresário refutou ainda a insistência do governo de atrelar empréstimos dos bancos públicos garantia de manutenção de emprego pelas empresas. Eu não posso garantir uma coisa que, eventualmente, não posso cumprir. Acho que isso são pirotecnias. Faz aí um negócio que soa muito bem, mas não resolve nada, completou Alfried Plöger.

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