postado em 28/01/2009 13:31
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) mantém o ritmo de forte recuperação nos negócios desta quarta-feira (28/01). No mercado internacional, os investidores especulam sobre o plano do governo americano para absorver os créditos problemáticos que afetam o sistema bancário e afundam a economia. O câmbio desce para R$ 2,29.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valoriza 3%, aos 39.855 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,49 bilhão. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 1,37%.
O dólar comercial é negociado por R$ 2,299 para venda, o que significa um declínio de 1,33% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 428 pontos, número estável sobre a pontuação anterior.
Os investidores estão animados com as iniciativas do governo americano para deter a crise. O plano de US$ 825 bilhões deve aumentar enquanto tramita no Congresso dos EUA, onde já foi aprovado em algumas comissões. A imprensa americana também reportou sobre a possível criação de um "bad bank", uma instituição financeira a ser criada somente para tirar dos demais bancos os chamados "ativos tóxicos" (créditos sem possibilidade de pagamento).
Somente a expectativa dos investidores explica a recuperação dos mercados, em um dia repleto de más notícias: projeções de deterioração da economia global e balanços corporativos bastante ruins.
O destaque é a projeção renovada do Fundo Monetário Mundial (FMI), que rebaixou sua previsão de crescimento global para 2009 para 0,5% neste ano - o que, se confirmado, será o pior desempenho desde a Segunda Guerra Mundial. E a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que a crise econômica mundial poderá deixar sem emprego até o final de 2009 cerca de 51 milhões de pessoas.
No setor corporativo, a empresa de internet Yahoo! informou um prejuízo de US$ 303 milhões no quarto trimestre de 2008, contra o lucro de US$ 206 milhões no mesmo período de 2007. E o banco americano Wells Fargo anunciou um prejuízo de US$ 2,83 bilhões no quarto trimestre de 2008, ante lucro de US$ 1,36 bilhão um ano antes.
A reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês), o equivalente americano do Copom, é o grande destaque de hoje. As autoridades americanas já rebaixaram o juro básico dos EUA para uma "banda" entre zero e 0,25% ao ano. A expectativa, portanto, é que os diretores do Federal Reserve (banco central dos EUA) mantenham os juros e comentem a respeito das iniciativas para resgatar o sistema financeiro, em meio à crise dos créditos "subprimes". O comunicado oficial pós-reunião deve ser divulgado às 17h15 (hora de Brasília). No front doméstico, o Tesouro Nacional informou que a dívida pública brasileira atingiu a marca de R$ 1,397 trilhão, dentro do esperado pelo governo.