Economia

Pessimismo mundial faz Bovespa recuar 1,46%, após dias de recuperação

;

postado em 29/01/2009 18:39
O pessimismo sobre a economia mundial arrastou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no pregão desta quinta-feira (29/01), após quatro dias consecutivos de ganhos. Prejuízos bilionários de grandes empresas globais, junto com números bastante negativos da economia, formaram o quadro contra o qual as Bolsas caíram na Europa, nos EUA e no Brasil. E mesmo com as intervenções do Banco, o câmbio subiu e bateu R$ 2,29. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 1,46% no fechamento e marcou 39.638 pontos. O giro financeiro foi de R$ 2,83 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, tem queda de 2,34%. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,294 na venda, o que representa uma alta de 0,83%. A taxa de risco-país marca 488 pontos, número 0,97% abaixo da pontuação anterior. O Banco Central realizou um leilão de venda de dólares com recompra, repassando US$ 675 milhões para o mercado. A taxa de venda foi de R$ 2,2670 enquanto a taxa de recompra (programada para junho) foi de R$ 2,3386. Mais tarde, às 15h33, o BC vendeu dólares (com queima de reservas), aceitando ofertas por R$ 2,2910 (taxa de corte). Notícias do dia Entre as principais notícias do dia, a fabricante americana de veículos Ford Motors anunciou um prejuízo de US$ 5,9 bilhões no quarto trimestre. Em 2008, as perdas totais somam US$ 14,57 bilhões, ante um prejuízo de US$ 2,72 bilhões registrado no exercício de 2007. O Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de beneficiados pelo auxílio-desemprego atingiu o número recorde de 4,78 milhões de pessoas, até a semana encerrada no último dia 17. Trata-se do maior número desde 1967, início da série histórica. E outro órgão do governo americano, o Departamento de Comércio, revelou que as vendas de imóveis novos despencaram 14,7% em dezembro, o pior desempenho desde 1963. Front doméstico No front doméstico, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada hoje, mostrou que o BC já prevê que a inflação possa ficar abaixo da meta de 4,5% neste ano e em 2010. Para a instituição, a probabilidade de que pressões inflacionárias ´inicialmente localizadas´ apresentem riscos para a inflação futura diminuiu. Analistas afirmam que o documento reforça a expectativa de que a taxa Selic caia nos próximos meses. A Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que o IGP-M apontou deflação de 0,44% em janeiro, ainda mais acentuada do que o esperado por boa parte dos analistas do setor financeiro (deflação de 0,40%). O mercado não se animou nem com a aprovação do pacote anticrise da administração Barack Obama na Câmara dos Representantes dos EUA (Deputados), ontem à noite. "O plano do governo Obama, aprovado com emendas ontem à noite pela Câmara dos Estados Unidos, não obteve o apoio esperado da oposição, sinalizando que no Senado, onde os Republicanos são mais fortes, as dificuldades serão muito grandes", comentou Miriam Tavares, diretora da AGK Corretora, em seu boletim diário sobre o mercado financeiro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação