Economia

Dificuldade para obter crédito não diminuiu, diz indústria

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postado em 30/01/2009 17:03
Apesar da série de medidas tomadas pelo governo federal para reduzir a dificuldade de obtenção de crédito após o estouro da crise financeira, em setembro do ano passado, o setor industrial aponta que conseguir dinheiro no banco continua tão ou até mais difícil do que no auge do problema. Segundo a Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getulio Vargas (FGV), a quantidade de empresários que consideram alto o grau de exigência para obter crédito é de 42%, enquanto apenas 2% disseram estar baixo. É uma situação pior do que na medição de outubro do ano passado --no auge da crise de liquidez em dólares no mercado--, quando 33% disseram que o grau de exigência era alto e 3% que era baixo. Para efeito de comparação, na medição de julho do ano passado - a última antes do do estouro da crise--, 16% apontavam grau de exigência alto e 27% de baixo, uma situação completamente inversa. "O crédito continua difícil de se conseguir", disse o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, Aloisio Campelo Junior. "Parece que as medidas não surtiram muito efeito." Segundo ele, esse problema acaba "contaminando" as expectativas dos industriais para os próximos meses. "A falta de crédito contribui negativamente para a evolução das expectativas, que segue em queda", disse. O Índice de Expectativas (IE), que engloba as questões futuras da Sondagem, recuou para 72,2 pontos em janeiro, ante 73,3 pontos em dezembro. Trata-se do pior nível desde o início da série histórica, em abril de 1995. Estoque e emprego Entre as perguntas que formam o IE, duas apresentaram quedas em janeiro: a de emprego, onde recuaram as previsões de contratações, e da situação dos negócios em seis meses. Segundo a pesquisa, 13,3% disseram que o emprego previsto nos próximos três meses irá aumentar - 2,2 pontos percentuais a menos do que em dezembro. O número de empresas que preveem demissões também caiu, mas em ritmo menor: de 32,5% para 31,7%. O índice da situação dos negócios em seis meses teve uma queda mais pronunciada, chegando aos 77 pontos - o menor da série histórica - ante 87,7 pontos em dezembro. "Nesse caso, é bom lembrar que a base de comparação é com o ano anterior, então a comparação feita é com o final do primeiro semestre de 2008, quando a situação era a melhor em anos", ressaltou Campelo.

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