Economia

Mercado de celulares deve ter primeira queda desde 1990

;

postado em 02/02/2009 09:52
O mercado de aparelhos celulares deve registrar, este ano, a primeira redução desde a chegada da tecnologia ao País, em novembro de 1990. No ano passado, os brasileiros compraram 51 milhões de telefones móveis, um crescimento de 13% sobre 2007. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) ainda não tem uma projeção fechada para este ano, mas, segundo informações preliminares das empresas, a queda pode ficar entre 25% e 30%. O motivo é a cautela do consumidor frente à crise, que deve fazer com que as pessoas levem mais tempo para trocar de aparelho. Quando se comparam os celulares por habitantes do Brasil com outros países, os números mostram que o mercado ainda está longe de estar saturado. Apesar de o ano passado ter sido muito bom para a indústria, a desaceleração começou a ser sentida já no último trimestre. Hoje, a maioria dos celulares vendidos no País são para reposição, para assinantes já existentes. As projeções de novos assinantes são menos pessimistas que a dos fabricantes. O mês de dezembro de 2008 já apresentou uma queda de 23% na adição líquida de celulares (habilitações menos desligamentos), se comparado ao mesmo período de 2007. ;Mas ainda não era a crise, e sim uma limpeza de base feita por operadoras;, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. ;Os efeitos da crise vão começar a aparecer de verdade agora, de fevereiro em diante.; A projeção da consultoria Teleco é de que as adições líquidas sejam de cerca de 25 milhões de linhas móveis neste ano, ficando 15,8% abaixo das adições ocorridas no ano passado - 29,7 milhões de celulares, um recorde anual. Com isso, o País chega a uma base de quase 175 milhões de assinantes de telefones celulares, 16% acima dos 150,6 milhões de pontos de acesso registrados no fim de 2008. Isso já se levando em conta que até o fim do ano a expansão das operadoras pelo território nacional estará completa: ao assinarem os contratos das licenças de 3G, as operadoras se comprometeram a expandir a cobertura celular a todas as cidades do País. No entanto, 20% das cidades brasileiras (que reúnem 5% da população) ainda não estão cobertas pela rede celular. ;O crescimento vai parar de acelerar, mas as habilitações continuam. Elas devem repetir o desempenho do ano passado;, diz o diretor de Vendas e Consumo da Claro, Bernardo Winik. Segundo ele, a grande aposta para 2009 é a expansão dos serviços e da tecnologia 3G. ;Estamos apostando muito no crescimento da banda larga móvel e na oferta de serviços como e-mail e televisão no celular;, exemplifica. ;Com um mercado menos aquecido e a portabilidade, vai ganhar aquele que oferecer serviços melhores.; A Vivo também espera que 2009 seja o ano da banda larga móvel. ;Há muitos lugares onde a banda larga fixa não chega, e com a móvel mais pessoas terão a possibilidade de acesso;, diz Hugo Janeba, vice-presidente de marketing e inovação da operadora. Segundo ele, a Vivo terá duas frentes para continuar ganhando clientes em 2009. Para atrair o público de menor renda ou prejudicado pela crise, a operadora afirmou que irá criar planos mais baratos que os atuais. ;Para quem puder investir, ofereceremos todo o tipo de serviços, no aparelho celular. Eles serão os canivetes suíços do mundo moderno.;

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação