postado em 02/02/2009 15:24
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, condenou nesta segunda-feira (2/02) o protecionismo dos governos como meio de se conter os efeitos da crise econômica internacional.
O tema foi tratado no Fórum Econômico Mundial, que terminou no último domingo, em Davos, na Suíça. Os participantes do encontro discutiram maneiras de evitar a ameaça de medidas protecionistas e nacionalistas que podem ser tomadas por alguns países para tentar frear os efeitos da retração da economia mundial.
"O protecionismo não é a receita para resolver a crise, mas para agravá-la", disse Frattini às margens de um encontro sobre a paz comercial no Mediterrâneo, que se realiza em Milão.
O chanceler italiano disse também que, durante o encontro dos ministros das Relações Exteriores, que será realizado em Roma, serão discutidas as propostas feitas em Davos pela chanceler alemã, Angela Merkel, de criar uma espécie de ONU (Organização das Nações Unidas) para a economia e de realizar um estudo, que seria conduzido pela própria Alemanha, sobre a possibilidade de nacionalização dos bancos.
Frattini ressaltou que a ideia de Merkel para os bancos "é uma hipótese de que é necessário falar", mas disse não concordar com o plano.
"Acredito que a intervenção pública deveria servir para dar garantias, dar confiança ao mercado e aos consumidores, não para substituir a mão privada pela pública. Não é um princípio geral, ao menos na Itália não é assim", afirmou o chanceler italiano.
EUA
O plano de estímulo econômico elaborado pela equipe de Barack Obama prevê o uso exclusivo de aço e ferro americano em projetos de infraestrutura. Sobre isso, porém, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse hoje que "a administração está examinando essa cláusula" e pode rever a medida.
A cláusula, intitulada Compre América, foi incluída dentro de um projeto de lei de cerca de 650 páginas. A cláusula, segundo os especialistas, prejudicaria não apenas os europeus, mas principalmente o Brasil - importante exportador de ferro e de aço do mundo.
O pacote, de US$ 819 bilhões, foi aprovado quarta-feira pela Câmara dos Representantes americana --o plano ainda deve passar pelo Senado.