Economia

Renúncia de colaboradores ofusca campanha de Obama por pacote econômico

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postado em 03/02/2009 21:39
O presidente americano, Barack Obama, lançou nesta terça-feira (3/02) uma ofensiva para ganhar apoio para seu plano de reativação econômica, mas a tática foi ofuscada pela renúncia de dois importantes colaboradores por problemas com o Fisco. O ex-senador Tom Daschle renunciou à sua nomeação ao cargo de secretário da Saúde, poucas horas depois do mesmo anúncio feito pela encarregada do controle orçamentário da Casa Branca, Nancy Killefer. "Esta manhã, Tom Daschle me pediu para aceitar sua renúncia como secretário da Saúde e dos Serviços Sociais. Aceito esta decisão com tristeza e lamento", disse Obama, em um comunicado. Ontem, Daschle se desculpou pelo que considerou como "erros", que lhe custaram US$ 128 mil dólares em pagamentos de impostos mais US$ 12 mil dólares de juros. Esses não são os únicos casos. O secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, também teve de superar uma polêmica envolvendo a Receita, mas acabou sendo ratificado no cargo na semana passada. Obama tentou voltar a colocar o foco sobre seu enorme plano de estímulo que, após ser aprovado em sua primeira versão pelos democratas na Câmara de Representantes, está sendo discutido no Senado, onde a oposição republicana alega que o pacote prevê muitos gastos inúteis. "Agora, temos de seguir adiante com nosso plano para revitalizar a economia e devolver o trabalho para as pessoas", completou Obama, que daria entrevistas durante toda a tarde às cinco maiores redes de TV americanas. Com essa campanha, Obama busca ganhar a simpatia para seu plano de mais de US$ 880 bilhões, sua principal arma para tentar reverter a recessão nos EUA. Modificações O presidente estaria aberto a fazer pequenas modificações no plano, mas espera que seja aprovado rapidamente, disse um de seus assessores, David Axelrod. "Os Estados Unidos não podem esperar. Temos de reverter a deterioração econômica, e esse pacote é essencial para conseguir isso", destacou Axelrod. Os republicanos afirmam que o pacote não contém suficientes cortes de impostos, que consideram vitais para estimular o gasto da população, ao mesmo tempo em que criticam muitos dos gastos previstos em infra-estrutura e apoio a programas sociais. Além disso, resistem a uma cláusula que garante que os projetos de infra-estrutura previstos no plano utilizarão apenas aço e ferro americanos, medida protecionista que já deflagrou preocupação no Canadá e na Europa. Apesar de serem minoria no Senado, os republicanos têm o poder de atrasar o pacote, com longos debates, mas os analistas afirmam que não querem aparecer como os causadores de um eventual fracasso legislativo.

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