postado em 04/02/2009 08:31
Bandeira com a qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer marcar seu segundo mandato, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dobrará de tamanho. Nesta quarta-feira (4/02), ao apresentar o balanço oficial de dois anos do PAC, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciará uma nova meta de investimentos públicos e privados até 2010. Segundo fontes do Palácio do Planalto, o valor será de R$ 1,15 trilhão. Em janeiro de 2007, era de R$ 503,9 bilhões. No fim do ano passado, passou para R$ 636,2 bilhões graças à inclusão de novas obras. O reforço orçamentário no PAC foi apresentado por Dilma a Lula e aos colegas de primeiro escalão na reunião ministerial de segunda-feira passada.
Com a medida, o governo pretende reafirmar a promessa de que aumentará os investimentos públicos a fim de superar a turbulência econômica. Além disso, aposta que aguçará o apetite da iniciativa privada, que terá à disposição uma oferta ainda maior de oportunidades de negócio. ;O momento é de crise. Temos de gastar o que for preciso e criar muito mais postos de trabalho;, disse Lula na reunião com os ministros. Na ocasião, o presidente também pediu aos auxiliares que invistam mais e mais rápido. Chegou a sugerir que convençam os empresários a instituir turnos de trabalho até de noite, para estimular a geração do emprego.
Candidatura
Filho dileto de Dilma e uma das apostas para torná-la candidata competitiva na sucessão presidencial de 2010, o PAC ganhará corpo porque envolverá mais projetos. Foram incluídos no programa, por exemplo, investimentos para exploração de petróleo na camada do pré-sal, obras em drenagem urbana, saneamento e habitação, além de concessões de trechos de rodovias e ferrovias. ;É uma crise muito difícil. Ela afetou a base da economia, que é a confiança na produção e no consumo;, diz um dos ministros mais influentes do governo. ;Em vez de pedalar, os empresários preferem parar no acostamento;, acrescenta.
O balanço visa a reverter esse quadro psicológico. Também tem o objetivo de mostrar um governo em permanente reação aos efeitos negativos da crise. Na avaliação do Planalto, o discurso oficial foi assimilado pela população, que reconheceria um esforço do presidente para preservar os empregos e a atividade econômica.
Por isso, alegam ministros, a aprovação popular do governo e do próprio Lula estaria batendo recordes sucessivos. Na cerimônia de hoje, Dilma tentará rebater a acusação de que o PAC ainda não saiu do papel. Para tanto, fará uma comparação entre as execuções em 2007 e 2008.
A ministra dirá, por exemplo, que o programa pagou R$ 11,32 bilhões no ano passado, dos quais R$ 3,76 bilhões com recursos do Orçamento da União de 2008 e R$ 7,56 bilhões com os chamados restos a pagar. O valor é 55% maior do que o registrado em 2007. Os dados foram colhidos no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi)