postado em 05/02/2009 17:09
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (5/02) que não houve demora da instituição na avaliação de que era necessário começar a cortar os juros devido aos efeitos da crise econômica.
No dia 21 de janeiro, o BC realizou o primeiro corte de juros desde o início da crise. Depois de manter a taxa em 13,75% desde setembro, o BC cortou a Selic para 12,75% ao ano. Foi a maior redução em cinco anos.
Meirelles defendeu a decisão do Copom e destacou outras ações "rápidas e agressivas" do BC durante a crise, como a redução dos compulsórios, leilões de dólares e medidas de socorro ao sistema finaceiro.
"O BC está acompanhando a crise detalhada e seriamente e tem reagido a tempo", afirmou Meirelles. "O Copom tomou as decisões na hora certa." De acordo com o presidente do BC, o Brasil não pode trocar "uma crise internacional de curta duração por uma crise interna de longa duração", em referência ao risco de inflação.
Meirelles negou que vários empresários tenham reclamado ontem sobre os juros, durante a reunião entre governo e empresas no chamado Grupo de Acompanhamento da Crise.
"Um (empresário) mencionou o Copom e fez um pedido para que houvesse uma mudança na periodicidade das reuniões. Outro citou a taxa Selic para elogiar a decisão." Nesta semana, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, afirmou que a política de juros do BC está atrasada em relação à desaceleração da economia. Monteiro Neto foi um dos participantes do encontro que reuniu mais de 50 pessoas no Grupo de Acompanhamento da Crise.