postado em 05/02/2009 18:21
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, prometeu nesta quinta-feira um corte dos juros em março para lutar contra a recessão, mas descartou por enquanto a possibilidade de levar a taxa básica a zero. Ele não quis se antecipar sobre o percentual.
O BCE manteve nesta quinta-feira (5/02) sua taxa de juros em 2% ao ano. Na reunião realizada no dia 15 do mês passado, o banco havia reduzido a taxa em 0,5 ponto percentual, para o atual patamar. Trata-se do nível mais baixo desde junho de 2003. O francês indicou que o nível de 2% não era o mais baixo possível para a taxa básica. Mas uma taxa zero, como a dos EUA e do Japão, "não é algo que consideramos apropriado por enquanto", disse.
Trichet esboçou, nesta quinta, um quadro sombrio das perspectivas econômicas dos 16 Estados da zona euro. As últimas estatísticas indicam "um crescimento muito negativo do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) no quarto trimestre de 2008", disse.
"Continuamos prevendo uma fragilidade persistente da atividade econômica na zona do euro para os próximos trimestres, que sofreram ainda os efeitos negativos das turbulências financeiras. As quedas dos preços das matérias-primas devem, no entanto, sustentar a renda disponível e portanto o consumo nos períodos futuros", acrescentou.
Sobre a inflação, Trichet foi obrigado a reconhecer que as pressões continuam caindo e a estabilidade dos preços estava garantida a médio prazo. A taxa de inflação caiu a 1,1% em um ano em janeiro, segundo dados provisórios.
Mas ele mostrou-se ainda preocupado, com riscos de aumento dos preços, em caso de uma alta dos preços das matérias-primas no futuro.
Trichet voltou a falar também dos riscos inflacionários induzidos pelos salários elevados. "É fundamental que os que fixam os preços e os salários estejam à altura de suas responsabilidades", disse.