Economia

Produtos de higiene e cuidados pessoais ficaram quase 1% mais caros

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postado em 08/02/2009 10:51
Os brasilienses começaram o ano com uma inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acima da média nacional. O indicador fechou janeiro a 1,08%, contra 0,83% do IPC Brasil. A variação na capital federal só não foi maior que a de Salvador, onde o índice ficou em 1,44%. Analisando apenas os números, muita gente pode ficar assustada com a força da inflação já no começo do ano, mas é preciso explicar que essa aceleração do índice está muito associada aos reajustes no grupo educação, que ocorrem, normalmente, nesta época do ano. Segundo André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), se fossem retirados todos os aumentos do grupo educação, leitura e recreação ; cuja alta foi de 3,65% só no mês passado ;, o IPC de Brasília cairia para 0,70%. ;Isso mostra que 0,38 ponto percentual do índice corresponde aos reajustes desse grupo e que a aceleração do IPC não demonstra uma alta generalizada dos preços;, explica o especialista. Nesta edição do guia Gaste Menos, o Correio mostra quais foram os produtos e serviços que mais subiram em janeiro. Alimentação O brasiliense amargou uma forte inflação de alimentos no começo do ano passado por conta de uma disparada do preço de algumas commodities. No começo de 2009, novos aumentos chegam à mesa das famílias de Brasília. A dupla arroz e feijão, por exemplo, subiu 0,95% em janeiro e acumula um salto de 5,08% em 12 meses. ;A previsão de queda da safra de feijão está provocando aumento desse grão no atacado e no varejo. Por isso, nos próximos meses, a expectativa é de aumento desse item, mas não a níveis tão fortes como os registrados recentemente;, diz Braz. O quilo do açúcar cristal ficou 4,95% mais caro por conta da entressafra. Além do produto derivado da cana, a soja deve seguir a mesma trajetória de aceleração, alerta o economista. Fazer um churrasco no carnaval também vai ficar mais pesado para o bolso. As carnes bovinas subiram, 1,76% e acumulam alta de 17,38% desde fevereiro de 2008. Além disso, beber cerveja nos bares está mais complicado porque a bebida predileta de muitos brasileiros disparou 8,27% nos últimos 12 meses. Além de os alimentos terem ficado mais salgados no mês passado, algumas despesas também aumentaram apesar de muitos consumidores nem sempre perceberem quando chegam aos supermercados. Aqui vai uma dica para aqueles mais distraídos: prestem atenção nos artigos de higiene e cuidados pessoais. Eles subiram 0,92% no mês passado. O maior salto foi dado pelo sabonete que, em 12 meses, ficou 29,76% mais caro. No mês passado, registrou alta de 0,55%. Segundo André Braz, a mudança nos preços desses itens estão diretamente relacionadas ao aumento do preço do boi, animal que fornece a matéria-prima para essa mercadoria. Os aparelhos de barbear também apresentaram um salto: 1,38%, em janeiro, e 15,58% em 12 meses. O mesmo aconteceu com o papel higiênico, que subiu 2,59% apenas em janeiro e 12,74% de fevereiro de 2008 até o mês passado. Lavar o cabelo também vai doer mais no bolso. Xampus e condicionadores aumentaram 0,89% em janeiro e 11,72% em 12 meses. A boa notícia ficou por conta do creme dental, cujo preço caiu 3,75% de fevereiro a janeiro. Com um cenário de aumento de preços , uma forma de economizar é trocar de marcas e pesquisar as promoções em supermercados e drogarias. ;Esse é um segmento em que há muita concorrência entre as empresas;, afirma Braz. ;Uma boa opção pode ser comprar embalagens maiores que podem sair bem mais baratas;, acrescenta o economista.

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