Economia

Recuperação do emprego na indústria será demorada, diz IBGE

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postado em 09/02/2009 15:34
A possibilidade de que haja certa recuperação da atividade industrial em janeiro não implicará, necessariamente, em reflexos imediatos no nível do emprego na indústria, disse nesta segunda-feira (9/02) a economista da coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Denise Cordovil. Ela explicou que existe uma certa defasagem entre os movimentos da produção e do emprego, e que o reflexo inicial ocorre no número de horas pagas. "O empresário ajusta o número de horas pagas antes de contratar ou dispensar, que requerem mais custos", afirmou. Para exemplificar isso ela lembrou que, na comparação com igual mês em 2007, o número de horas pagas já havia apresentado variação negativa em novembro. Já o nível de emprego industrial só registrou queda no mês seguinte, sendo que a retração de 1,1% frente a dezembro de 2007 foi a maior desde janeiro de 2004. Denise comentou que houve desaceleração generalizada no nível de emprego na indústria após o agravamento da crise, em setembro do ano passado. Alguns setores ainda mantém taxas positivas, como máquinas e equipamentos (2,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (3,2%) e meios de transporte (1,1%). "Alguns desses segmentos vinham crescendo, frente ao mesmo período do ano anterior, com taxas bem mais elevadas, como por exemplo, meio de transporte", observou. Crescimento Foram justamente esses setores que capitanearam o crescimento do nível de emprego na indústria em 2008, cuja alta de 2,1% foi a segunda maior da série iniciada em 2001. O resultado no ano ficou quase no mesmo nível do recorde verificado até aqui -- 2,2% em 2007. "O emprego na indústria vinha em um ritmo muito bom, com alta de 2,7% até setembro. Sem os efeitos da crise, tinha grandes chances de ter fechado 2008 em nível recorde", disse. A técnica do IBGE destacou ainda que a indústria de alimentos e bebidas, umas das principais empregadoras, registrou taxa negativa depois de uma sequência de bons resultados. Em dezembro, o emprego neste segmento caiu 0,2% frente a igual período no ano anterior. Em outubro e novembro, o emprego na indústria de alimentos e bebidas havia crescido 2% e 1,8%, respectivamente. Responsável por cerca de 35% do emprego industrial, a indústria paulista teve queda de 0,8% frente a dezembro de 2007, primeira taxa negativa desde abril de 2004.

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