A estreia da portabilidade numérica no Distrito Federal (DF) ontem levou muitos consumidores à s lojas, ávidos para trocar de operadora, mantendo o mesmo número. A quantidade de pedidos de migração no primeiro dia de funcionamento do sistema no código de área 61 só será divulgado hoje pela ABR Telecom ; entidade administradora da portabilidade numérica no Brasil ; mas as lojas de telefonia celular estiveram cheias de clientes em busca de informações sobre o processo de mudança. Alguns, a exemplo do militar Gouvea Júnior, já manifestaram o desejo de troca. Ele pediu a transferência de quatro linhas de uma empresa, que mantinha há três anos, para um plano famÃlia de outra.
;Eu queria trocar (de operadora) há algum tempo, pois o sinal onde eu moro não é bom, mas preferi esperar pela portabilidade. Por isso, vim no primeiro dia para ser mais fácil. Vim na hora que as lojas abriram, escolhi os aparelhos e esta foi a que me ofereceu as melhores condições;, afirma Gouvea Júnior. ;Eu, minha esposa e minhas filhas pegamos aparelhos novos, sendo que alguns saÃram de graça;, diz.
O analista de Marketing Wilson José Kuhne Júnior também fez o pedido de portabilidade de uma para a outra empresa. ;Estava insatisfeito com a operadora, mas esperei a portabilidade. Não queria trocar meu número, pois vim de São Paulo, distribuà currÃculos e não queria perder nenhuma oportunidade por troca de telefone;, explica. ;Escolhi esta porque é a operadora da maioria dos meus amigos na cidade e, assim, conseguimos falar por preços menores;, completa.
Implantação
Desde ontem, o Distrito Federal e 11 cidades do Entorno e todos os 92 municÃpios do estado do Rio de Janeiro passaram a ter acesso à portabilidade numérica. É a 12ª etapa da implantação do serviço, que teve inÃcio em 1º de setembro de 2008 e já está disponÃvel em 5.014 localidades do paÃs, ou 90,1% do total, beneficiando 146,5 milhões de usuários de telefonia fixa e móvel.
No DF e Entorno, a mudança beneficia 4,9 milhões de consumidores. No Rio de Janeiro, a implantação simultânea em seus três DDDs ; 21, 22 e 24 ; atingirá 20,6 milhões de clientes. Todos os 67 DDDs existentes no Brasil terão acesso à portabilidade até a primeira semana de março, quando o cronograma de implantação estará concluÃdo.
De acordo com a base de dados de referência da ABR Telecom, desde a implantação do sistema, 354,45 mil usuários de telefonia fixa e móvel solicitaram troca de operadora com manutenção do número de telefone até a meia-noite da última quinta-feira. Desse total, 65% (229,5 mil) referem-se a solicitações de usuários de telefonia móvel e 35% (124,9 mil) de telefonia fixa.
Como manter o número
» Quem pode trocar: na telefonia fixa, o consumidor poderá mudar de empresa dentro do seu municÃpio (ou localidade com continuidade urbana) sem perder o número. Não será permitido, no entanto, levar o mesmo número para outra cidade. No caso do celular, é possÃvel manter o número dentro da área de mesmo DDD, que pode incluir mais de uma cidade.
» Desbloqueio: para a telefonia celular, o primeiro passo é desbloquear o aparelho, o que pode ser feito na operadora de origem, sem custo para o usuário. O consumidor deve ficar atento, pois as empresas poderão fixar prazos para o desbloqueio (12 meses, no máximo) quando oferecerem benefÃcios aos clientes, como celular com desconto.
» Troca: em seguida, o usuário deverá contatar a prestadora para qual quer migrar e solicitar a transferência. Ele também terá que optar por um plano de serviço da nova empresa.
» Custo: as operadoras estão isentando os consumidores do pagamento da taxa, estimada em R$ 4 pela Anatel. Por outro lado, pode haver a cobrança por num novo chip.
» Prazo: o usuário pode desistir da mudança em até dois dias úteis, a partir da solicitação. Se isso não acontecer, a operadora escolhida encaminha o pedido e os dados do usuário à empresa que administra o serviço de migração, a ABR Telecom. A migração ocorre em até cinco dias úteis.