Economia

Japão quer impedir medidas protecionistas dos EUA

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postado em 10/02/2009 11:36
O Japão se opõe às medidas protecionistas dos Estados Unidos para combater a crise econômica e vai manifestá-lo no próximo fim de semana em Roma, na Itália, na reunião dos ministros das Finanças dos G7 (grupo dos sete países mais ricos), anunciou o ministro japonês da Economia, Shoichi Nakagawa. "Aprendemos com a Grande Depressão que, se um texto semelhante ao da lei Smoot-Hawley viesse a ser aprovado, isso conduziria a um desastre", disse Nakagawa. "Discutiremos os meios para impedir que isso aconteça", acrescentou. O ministro japonês refere-se a uma lei norte-americana de 1930 que criou impostos a um grande número de produtos importados, desencadeando mecanismos de retaliação e agravando a crise econômica internacional. O Congresso dos Estados Unidos propôs a inclusão de uma cláusula "Buy American" (compre produtos americanos, em tradução livre) no plano de recuperação em debate, o que gerou numerosos protestos e advertências por todo o mundo. "Ignoro qual será o tipo da cláusula ´Buy American´ no plano de recuperação, mas as reuniões anteriores do G7 e do G20 confirmaram que não nos devemos enredar-nos no protecionismo", disse Nakagawa Segundo ele, o respeito pelos países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas regras estabelecidas constitui "um postulado de base". Qualquer medida protecionista nos Estados Unidos seria particularmente nefasta para o Japão, cuja economia depende consideravelmente das exportações. Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) encontram-se no sábado em Roma, tendo já conversado entre si pelo telefone. União Europeia A União Europeia (UE) também pretende fazer uma reunião de cúpula extraordinária para discutir a crise econômica, e, em especial, condenar o protecionismo, um tema que também gera polêmica na Europa. "A presidência [theca da UE] considera que o maior risco atual é o protecionismo", disse o ministro tcheco das Finanças, Miroslav Kalusek, antes de uma reunião com os colegas europeus em Bruxelas. "Alguns sinais são tão fortes que o primeiro-ministro (tcheco Mirek Topolanek) decidiu organizar uma reunião o mais rápido possível, para que os chefes de Estado e de governo digam um claro "não´ ao protecionismo", acrescentou.

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