Economia

Bovespa fecha em baixa de 2,12%, reagindo mal a pacotes nos EUA

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postado em 10/02/2009 18:28
O mercado financeiro reagiu mal aos dois eventos mais esperados do dia: o anúncio de medidas para resgatar os bancos americanos, e a aprovação do pacote anticrise no Senado dos EUA. Analistas reclamaram que ainda há uma definição clara do real impacto dessas medidas sobre economia. As Bolsas americanas desabaram, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cedeu com força enquanto o câmbio, quebrando cinco dias de baixa, marcou R$ 2,28. O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, retrocedeu 2,12% no fechamento, aos 41.207 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,49 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York amarga perda de 4,91%. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,284, o que representa um alta de 2,10% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 423 pontos, número 4,70% acima da pontuação anterior. O titular do Tesouro americano, Geithner adiantou que o governo deve utilizar US$ 500 bilhões para adquirir os chamados "ativos tóxicos" (créditos problemáticos), que pesam nos balanços dos bancos e prejudicam a circulação de crédito. O renomeado "Plano de Estabilização Financeira" pode superar a casa dos US$ 1 trilhão para estimular os bancos a retomarem o processo de concessão de crédito. E hoje, o Senado dos EUA aprovou o pacote anticrise de US$ 838 bilhões, em uma votação de placar apertado. A proposta ainda deve ser unificada com o projeto de lei já aprovado na Câmara dos Representantes (Deputados), antes de seguir para a sanção pelo presidente Barack Obama. Incerteza "Ninguém sabe ainda se a economia vai reagir a essas medidas e como vai se desenvolver daqui para frente. E o (Barack) Obama, pode fazer mais o quê para tirar o país da recessão? Ainda há muita incerteza no mercado", comentou Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade. "Acho que o maior problema é a indefinição geral dessas iniciativas do governo", afirmou Frederico Turolla, professor de Economia da ESPM. Para o economista, permanece sem maiores detalhes sobre como a Casa Branca deve aplicar os recursos aprovados no Congresso para reativar a combalida economia americana. Também há dúvidas sobre os custos dessa injeção maciça de recursos. "Qual o impacto no curto prazo sobre o mercado de crédito e qual o impacto no médio prazo sobre as contas públicas?", questiona. O noticiário corporativo não contribuiu a melhorar o humor dos investidores: enquanto o banco suíço UBS reportou o maior prejuízo de sua história - 13,2 bilhões de euros (cerca de R$ 38,5 bilhões) - a gigante americana do setor automobilístico, a General Motors, revelou que deve cortar 10 mil empregos em suas unidades espalhadas pelo globo. Front doméstico No front doméstico, a Fundação Getúlio Vargas registrou inflação de 0,42% em fevereiro, conforme a primeira estimativa do IGP-M, utilizado para o reajuste dos aluguéis. No mesmo período de janeiro, o índice havia apontado deflação de 0,31%.

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