Economia

Para CNI, problemas de crédito persistem e exigem novas injeções de dinheiro

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postado em 12/02/2009 13:48
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu uma liberação ainda maior do depósito compulsório para aumentar a disponibilidade de recursos no mercado financeiro. Segundo ele, o problema do crédito continua, sobretudo, para a pequena e a média empresa. O presidente da CNI reclamou também da política monetária, por entender que "continua atrasada em relação à própria dinâmica da crise". "Acho que devemos ter novo movimento de liberação de compulsórios para tentar irrigar mais ainda o sistema financeiro", disse. Na última segunda-feira (9/02), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a concessão de crédito livre apresentou sinais de recuperação em janeiro. "Já voltamos a nos aproximar dos níveis pré-crise e já estamos um pouquinho acima dos níveis de setembro", disse. Armando Monteiro, que se encontra nesta quinta-feira com ministro da Fazenda, Guido Mantega, também pediu mais agilidade na compensação de créditos tributários, mas disse entender que não falta ousadia por parte do governo quando se trata de desonerar pontualmente certos setores importantes da economia. "Acho que a dosagem tem sido adequada, até porque o governo tem que adequar isso ao próprio desempenho da arrecadação, ou seja, nós não queremos de forma alguma pôr em risco o financiamento das atividades do setor público", afirmou. Gastos O presidente da CNI defendeu, no entanto, cortes nos gastos correntes para que se possa elevar o investimento em infraestrutura e na área social. Segundo ele, isso poderia ser feito com a eliminação de "gastos de má qualidade", que não são produtivos. Embora avalie que é cedo para fazer previsões, Armando Monteiro Neto acredita que o primeiro trimestre deste ano deverá ser melhor do que o últimos três meses de 2008, porque houve uma certa acomodação e estabilidade no nível da atividade econômica. "Temos notícias que são de certo modo positivas, embora seja cedo para falar numa recuperação da atividade econômica. Nós vínhamos em queda livre até dezembro e o processo agora, ao que parece, se acomoda e acredito que possa dar margem a uma certa recuperação", afirmou. Automotivo O presidente da CNI não acredita que a indústria automobilística se equivocou ao reduzir a produção em dezembro - como disse ontem a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) - e se recuperar em janeiro. Para ele, essa avaliação é difícil, pois no mundo inteiro o setor enfrentou queda muito forte, com reflexos no Brasil. "Evidentemente as empresas no Brasil são conectadas, filiais de grandes montadores e, portanto, essa percepção de queda da atividade do setor se transmite pelo mundo. O importante é que a indústria automotiva tem capacidade instalada para produzir muito mais e retomar a produção é algo fácil."

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