Economia

Indústria automotiva dá sinais de recuperação em fevereiro

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postado em 12/02/2009 15:53
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que o ministro Guido Mantega apresentou dados que mostram crescimento da indústria automobilística nos onze dias de fevereiro em comparação ao mesmo período do mês anterior. Monteiro Neto se reuniu com Mantega nesta quinta-feira (12/02), em Brasília. Em janeiro, a retomada da expansão no setor foi considerada "muito forte" em comparação a dezembro de 2008. "Os números de produção e de venda [do setor automotivo] são positivos. Então, eu diria que há uma percepção que existe uma melhora no ambiente da indústria", afirmou. Monteiro Neto destacou, porém, que embora tenha havido um sensível processo de acomodação da situação, não existe nenhum dado que o autorize a dizer que há reversão do quadro de desaceleração da economia. Ele voltou a dizer que o problema na concessão de crédito para pequenas e médias empresas se mantém. E pediu a redução dos "spreads" bancários considerados elevados tanto pela CNI, quanto pelo governo. Segundo Monteiro Neto, o ministro ouviu a reivindicação, mas não manifestou posição. O presidente da CNI criticou ainda a morosidade do agentes financeiros no repasse dos recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) destinados ao capital de giro das empresas. "O BNDES teve desembolso recorde em 2008, mas as linhas de capital de giro puras ainda não estão sendo operacionalizadas como o setor produtivo gostaria. Isso porque uma parte o banco opera diretamente e outra é via agentes financeiros", disse. Ele lembra que os bancos estão mais avessos ao risco e mais seletivos na hora da concessão do crédito e também avalia o volume destinado ao capital de giro do BNDES muito pequeno. Esta semana a instituição anunciou a flexibilização de R$ 6 bilhões para esse tipo de financiamento, com ampliação dos prazos e mudanças na taxa de juros. Recessão O presidente da CNI não descarta o risco da recessão no país. Para ele, o ambiente externo não melhorou e a crise no resto do mundo se acentuou, com o comércio exterior retraído e queda nas exportações. "O Brasil está fazendo essa travessia de forma razoalvemente indolor, mas não podemos de forma alguma fazer avaliações muito otimistas porque somos parte do mundo", avaliou.

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