Economia

Plano de investimentos da Petrobras é 'ambicioso', diz The Economist

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postado em 12/02/2009 16:05
O plano de investimento da Petrobras é "ambicioso", dado o atual cenário da produção de petróleo e da crise, mas pode estar inflado por questões políticas, disse a revista econômica inglesa The Economis", em sua edição desta semana. Em artigo sobre o novo plano de investimentos --que indica gastos de US$ 174 bilhões no período de cinco anos--, a revista aponta para as dificuldades que envolvem a sua concretização. Entre os maiores desafios, explica a Economist, estão a dificuldade tecnológica de explorar a área do pré-sal e as condições adversas para obter financiamento . "Nós temos a tecnologia e o acesso às reservas e nós achamos que podemos financiar isso. Por que não?", disse o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para a revista. Ele disse que o maior problema na exploração do pré-sal é obter dados mais precisos sobre os campos para reduzir ao máximo a quantidade de perfurações necessárias para fazer a extração do petróleo. "Outros se perguntam se, em um mundo onde o crédito está quebrado, a Petrobras conseguirá levantar o dinheiro (para realizar os investimentos)", aponta a revista, citando que os recursos poderão vir do próprio caixa da empresa, dos financiamentos subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de empréstimos sindicalizados (onde um grupo de bancos se juntam para dar o crédito) e de empréstimos com agências de fomento nos países que fornecerão equipamentos para a extração (como os Estados Unidos) ou que farão a compra da commodity (como a China). Porém, a Economist levanta a possibilidade dos valores estarem inflados devido ao poder político que a estatal possui. "Alguns brasileiros suspeitam que o plano de investimento está inflado para favorecer políticos que participam do conselho de administração da Petrobras. Ele é presidido por Dilma Rousseff, a quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aponta como sua candidata favorita para as eleições presidenciais que vão ocorrer no próximo ano", disse a revista. "Com muitas empresas petrolíferas cortando investimento e produção, o preço pode ficar bem mais alto quando o petróleo começar a vir debaixo do oceano. Esse, ao menos, é a lógica por trás do ambicioso plano", conclui a revista.

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