Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY se recuperam na última hora com rumor de plano habitacional

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Depois de passar o dia todo com perdas, as Bolsas americanas se recuperaram na última hora de negociações devido a rumores sobre o lançamento de um pacote de estímulo ao setor habitacional do país. Com isso, os principais índices fecharam próximos da estabilidade. O Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês (Nyse,na sigla em inglês), fechou em baixa de 0,09%, indo para 7.932,76 pontos, enquanto o S 500 teve alta de 0,17%, para 835,19 pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq fechou em alta de 0,73% no índice Nasdaq Composite, indo para 1.541,71 pontos. Pessoas próximas ao governo americano informaram no final da tarde de hoje que o presidente Barack Obama está planejando um pacote habitacional que teria como principal medida subsidiar o pagamento de hipotecas de proprietários que estão com dificuldades em honrar as parcelas. Assim, o governo federal poderia dar uma ajuda efetiva para a indústria imobiliária americana, evitando que aumente o número de despejos por falta de pagamento --a espiral que, inclusive, foi o cerne da atual crise financeira global. "Isso inicialmente é visto como positivo tanto para o setor hipotecário como para a indústria da construção de casas", disse Richard Sparks, analista da Schaeffer´s Investment Research, para a agência de notícias Reuters. A animação com o boato foi suficiente para mudar completamente o cenário do mercado até então - até pouco mais de uma hora antes do final do pregão, o Dow Jones chegou a recuar mais de 3%. Até então, o pessimismo predominava entre os investidores por causa dos outros dois pacotes em andamento - o de estímulo econômico e o segundo para o setor bancário. 'Grande buraco' O acordo no Congresso sobre o valor do pacote de estímulo à economia, que ficou em US$ 790 bilhões, não foi bem recebido, visto que o valor aprovado na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) foi de US$ 819 bilhões e no Senado, de US$ 838 bilhões. O Legislativo ainda cobrou do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, mais detalhes sobre o plano de salvamento dos bancos - que pode movimentar inicialmente US$ 1,5 trilhão. "O problema é que os EUA são um grande buraco. As pessoas temem que mesmo outros trilhões de dólares não serão de muita ajuda", disse o gerente de investimentos Francis Lun, da Fulbright Securities em Hong Kong. "O que eles fizeram não parece ter funcionado até aqui. Estamos diante de outra crise, os bancos ainda estão insolventes e a economia não está ficando melhor." Dados Dados importantes também saíram ao longo do dia, mas pouco influenciaram nos negócios. O Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo no país cresceram 1% no mês passado, após recuar por seis meses consecutivos. A alta, que não era esperada pelo mercado e que foi puxada principalmente pelas promoções pós-festas de fim de ano, é a maior registrada nos EUA desde novembro de 2007. No mês passado, o indicador apontou queda de 3%. Os gastos dos consumidores nos EUA são acompanhados com atenção por investidores e analistas, uma vez que respondem por cerca de 70% de toda a atividade econômica americana. Uma recuperação, mesmo modesta, do consumo, é vista como um dado positivo em meio à crise. Hoje, no entanto, também foram divulgados os dados sobre seguro-desemprego. Os novos pedidos somaram 623 mil na semana terminada em 7 de fevereiro, implicando queda de 8 mil na comparação com a leitura de uma semana antes, de 631 mil (dado revisado). Mesmo assim, o índice continuam muito acima do limite de 400 mil, visto como nível que marca economias em recessão.