postado em 16/02/2009 14:35
As Bolsas europeias fecharam em baixa nesta segunda-feira (16/02). Os investidores venderam ações principalmente do setor financeiro, em particular dos bancos. Sem a referência das Bolsas americanas devido ao feriado do Dia do Presidente nos EUA, os investidores se pautaram pelo desempenho negativo da economia do Japão, o que aumentou os temores sobre a economia global.
A Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,31% no índice FTSE 100, ficando com 4.134,75 pontos; a Bolsa de Paris teve queda de 1,19% no índice CAC 40, para 2.962,22 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve baixa de 1,06% no índice DAX, fechando com 4.366,64 pontos; a Bolsa de Milão teve baixa de 1,05% no índice MIBTel, que ficou com 14.088 pontos; a Bolsa de Zurique caiu 0,96%, ficando com 5.077,62 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Amsterdã teve baixa de 1,58% no índice AEX General, que ficou com 247,15 pontos.
Entre as ações do setor bancário, as do britânico Lloyds fecharam com perda de 8,1%, depois de na sexta-feira (13) terem caído quase 33%. "Acho que o setor bancário britânico não apresenta condições de investimento", disse ao diário americano "The Wall Street Journal" ("WSJ") o estrategista Graham Secker, do Morgan Stanley.
Também caíram as ações dos bancos Santander, Credit Suisse e Deutsche Bank, que fecharam com perdas entre 2% e 6%. As ações do Bank of Ireland caíram quase 15%, depois que o executivo-chefe da instituição, Brian Goggan, disse que pode se aposentar antes do planejado.
Fora do setor financeiro, as ações da Air Liquide subiram 7,2%, depois que a empresa informou que seu lucro líquido teve crescimento de 8,6% e sua receita, de 11%.
Hoje o fundo de investimentos imobiliários Santander Real Estate pediu à CNMV (Comissão Nacional do Mercado de Valores) que congele durante dois anos a devolução das somas devidas aos investidores porque não dispõe de dinheiro suficiente para atender aos pedidos de resgate. "O fundo carece atualmente de liquidez [oferta de dinheiro] necessária para enfrentar o pagamento integral do citado valor", destacou o fundo, em um comunicado à CNMV.
Hoje também a CBI (Confederação da Indústria Britânica, na sigla em inglês), principal associação britânica do setor industrial, previu uma contração de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido neste ano e um aumento expressivo dos gastos públicos, que pode elevar o déficit público a 11,8% no próximo ano. A notícia se segue ao anúncio, feito na semana passada, pelo Banco da Inglaterra (BC britânico), de que o Reino Unido está em uma "profunda recessão".
Já o DIW (Instituto de Estudos Econômicos, na sigla em alemão) informou que a recessão na Alemanha neste ano será ainda maior do que o previsto pelo governo e outras entidades, com a queda podendo superar os 3%. Além disso, o Serviço Federal de Estatísticas da Rússia informou que a produção industrial do país caiu 16% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2008, em mais uma consequência da crise econômica. Trata-se da maior queda desde 2003.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão recuou 12,7% entre outubro e dezembro de 2008 frente ao mesmo período do ano anterior, segundo o governo japonês. A queda, a maior desde 1974, é resultado da pior crise no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), disse o ministro da Economia do país, Kaoru Yosano. Contra o trimestre imediatamente anterior, a queda foi de 3,3%, e é a terceira redução consecutiva e supera a previsão de diversos analistas. O Japão prepara um novo pacote de estímulo econômico para combater a profunda recessão que afeta o país. Alguns integrantes do governo defendem uma ajuda que poderia chegar a US$ 109 bilhões. O primeiro-ministro, Taro Aso, encarregará nesta segunda-feira o Partido Liberal Democrata (LDP) de iniciar os trabalhos para apresentar em abril um orçamento adicional ao Parlamento, com o objetivo de financiar o terceiro plano de reaquecimento desde o fim de 2008, informaram o jornal "Yomiuri Shimbun" e o canal de TV público NHK.