postado em 16/02/2009 21:16
O presidente da rede de lojas Casa & Video, Fernando Luzio, disse nesta segunda-feira que a empresa não pretende fazer novas demissões nos próximos 60 dias, período no qual a direção da rede terá que apresentar à Justiça um plano de reestruturação, dentro do processo de recuperação judicial, aceito hoje pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro Victorino, titular da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Os controladores da Casa & Video não descartam a venda ou mudança do controle acionário da companhia ao fim do processo, mas argumentaram que este não é o foco dentro da recuperação judicial na qual a empresa se encontra. A dívida da rede ultrapassa os R$ 300 milhões com mais de 500 credores.
Desde novembro, quando foi alvo de operação da Polícia Federal que resultou no bloqueio de contas, a rede já demitiu 1.800 funcionários, e oito lojas foram fechadas - sete no Rio e uma no Espírito Santo. Luzio alegou que 500 funcionários foram dispensados por terem sido contratados de forma temporária para o final de ano, e não têm relação com o quadro de endividamento da empresa.
As 69 lojas da rede espalhadas por Rio e Espírito Santo só estão aceitando pagamento em dinheiro ou cheque, devido, segundo Luzio, às contas bloqueadas após a operação "Negócio da China", e não há previsão de retorno das vendas via cartões de débito ou crédito.
O executivo disse que a operação da PF influenciou o processo que a rede está atravessando, mas ressaltou que o quadro piorou após o agravamento da crise financeira mundial, acompanhada pela restrição de crédito no mercado.
"Não há muito varejo em qualquer lugar do mundo. É um dos setores mais dependentes do crédito. Desde o dia 15 de setembro, a renovação das linhas de crédito está mais difícil. Mas a restrição já vinha antes dessa data", afirmou Luzio.
Ele explicou que a empresa vem passando por uma fase de enxugamento e remanejamento do quadro de 4 mil funcionários. Os estoques da rede, acrescentou, também vêm sofrendo reduções significativas.