postado em 17/02/2009 17:01
O ambiente de tensão com a economia global pressionou os preços da moeda americana de volta para os R$ 2,328 na jornada desta terça-feira (17/02), o que significa uma forte alta de 2,15% sobre a cotação de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo atingiu R$ 2,430, em um incremento de 2,10%.
Profissionais de mercado notam que o fato dos mercados somente terem reiniciado hoje suas operações (após o feriado de ontem) também contribuiu para a volatilidade desta terça-feira: sem a principal referência externa, muitos agentes financeiros preferiram ficar de fora ontem e somente voltaram a operar hoje, justamente num dia em o mercado se "rendeu" às más notícias da economia global.
Analistas destacam que, enquanto as medidas do governo americano para estimular a economia e sanear os bancos não fizerem algum efeito visível, vai predominar o ambiente de incerteza nos mercados, o que deixa sem sustentação os ciclos de recuperação.
O dia já começou tenso, sob impacto de notícias preocupantes sobre os bancos europeus e dúvidas sobre a eficácia dos planos governamentais para enfrentar a crise global. No mercado doméstico, os preços da moeda americana rapidamente voltaram para a casa dos R$ 2,30, mas dispararam principalmente à tarde, quando muitos perceberam que o Banco Central iria se abster de novas intervenções. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 2,328 e R$ 2,295 nesta terça-feira.
"Acho que o Banco Central agiu corretamente. Ele não deve entrar [no mercado] num dia desses, porque somente vai ajudar quem especulou. Ele tem informações, e sensibilidade, para perceber quando a questão não é fluxo", comenta Marcos Trabold, gerente de câmbio da corretora B.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, rebaixou mais uma vez as taxas projetadas para 2010 e 2011. No contrato com vencimento em março de 2009, a taxa projetada passou de 12,63% ao ano para 12,64%; no vencimento de janeiro de 2010, a taxa projetada recuou de 11,01% para 10,98% e no contrato com o vencimento de janeiro de 2011, a taxa prevista caiu de 11,48% para 11,47%.
IGP-M
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que a segunda estimativa do IGP-M (referência para o reajuste dos aluguéis) apontou para uma inflação de 0,45% em fevereiro. No mesmo período de janeiro, o índice de preços registrou uma deflação de 0,58%.