postado em 18/02/2009 09:34
A Gradiente negocia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiamento para uma linha de produção mínima, mas contínua, de televisores a partir de março, em Manaus. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, diz que o empréstimo seria de R$ 50 milhões - segundo apuração, o mínimo pleiteado é de R$ 17 milhões.
A empresa, que este ano completa 45 anos, tenta há quase dois anos contornar uma grave crise financeira. Desde julho de 2007, a Gradiente começou a desativar linhas de produção, por causa de uma dívida bancária de cerca de R$ 280 milhões. Entre os principais credores estão o Bradesco, Safra, Unibanco e o próprio BNDES. Uma das alternativas aventadas pela empresa seria a negociação com investidores, como fundos de pensão estatais. Outra seria o BNDES financiar a entrada de um novo sócio. "Esse empréstimo é para comprar matéria-prima, produzir e gerar emprego. O presidente Lula quer gerar emprego. Quem não quer é o BNDES;, reclama Santana.
Ontem, o presidente da Gradiente, Eugênio Staub, se reuniu com o presidente Lula em Brasília, mas não quis informar o que foi discutido. O BNDES foi procurado, mas também não quis comentar o assunto. A Gradiente só retomou a produção no mês passado, depois de 15 meses de paralisação total. Mesmo assim, a reativação foi pontual, com a montagem de 3 mil televisores de plasma, sendo parte encomendada e outra parcela vendida em lojas de Manaus.
Este mês, a Gradiente montou 300 televisores de plasma. Só não produziu mais porque não tem fluxo de caixa, diz Santana. Uma das ideias a partir de março, caso os recursos do BNDES sejam aprovados, é produzir TVs convencionais com telas de 21 a 29 polegadas. A empresa tem em estoque 70 mil aparelhos, mas sem os tubos instalados.