postado em 18/02/2009 11:02
As Bolsas europeias operam em baixa nesta quarta-feira (18/02). Os investidores não se animaram com os resultados positivos do banco francês Société Générale, que conseguiu um lucro de 87 milhões de euros (US$ 109,4 milhões), revertendo um prejuízo de 3,35 bilhões de euros (US$ 4,21 bilhões) registrado no mesmo período de 2007. O anúncio do governo alemão de que foi aprovado o projeto de lei que permite a estatização dos bancos em situação de falência também não serviu para impulsionar os negócios.
Às 10h32 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em baixa de 1% no índice FTSE 100, indo para 3.993,96 pontos; a Bolsa de Paris caía 0,44% no índice CAC 40, indo para 2.862,65 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 1,02% no índice DAX, operando com 4.174,18 pontos; e a Bolsa de Milão tinha baixa de 0,79% no índice MIBTel, que ia para 13.506 pontos. Na contramão, a Bolsa de Amsterdã tinha alta de 0,17% no índice AEX General, que estava com 238,57 pontos; e a Bolsa de Zurique, estava em alta de 0,48%, com 4.964,93 pontos no índice Swiss Market.
O projeto do governo alemão diz que o Estado oferecerá durante cinco anos, em vez dos três colocados inicialmente, garantias para assumir a dívida das entidades financeiras afetadas. Segundo o governo, o projeto de lei estabelece que antes será necessário esgotar todas as vias previstas no direito acionário.
A associação para a defesa dos direitos dos acionistas reagiu à aprovação da medida e ameaçou apresentar um requerimento no Tribunal Constitucional caso se chegue a expropriar os acionistas do banco Hypo Real Estate (HRO), instituição em pior situação no país, com base na nova lei.
O Société Générale (SocGen) prevê em 2009 mais dificuldades, devido à crise econômica global, que fez do setor bancário um dos mais atingidos. "O ambiente provavelmente continuará desafiador em 2009", avaliou o banco, em um comunicado.
O grupo financeiro holandês ING, no entanto, anunciou hoje um prejuízo líquido de 729 milhões de euros (US$ 917,3 milhões) em 2008, enquanto durante o ano anterior conseguiu um lucro líquido de 9,241 bilhões de euros (US$ 11,628 bilhões). A instituição ressaltou em comunicado que o último trimestre de 2008, que fechou com uma perda líquida de 3,101 bilhões de euros (US$ 3,902 bilhões), foi "o pior dos últimos 50 anos".
Os investidores também receberam com relativa indiferença os acontecimentos nos EUA: o presidente americano, Barack Obama, assinou o pacote de US$ 787 bilhões, aprovado na semana passada no Congresso. Segundo o presidente, trata-se do maior plano de ajuda já aprovado no país, e marca o "início do fim" da crise americana.
Além disso, as montadoras GM e Chrysler apresentaram seus planos de reestruturação. A GM poderá pedir até US$ 30 bilhões em empréstimos ao Estado até 2011, e quer reduzir seus efetivos em todo o mundo em 47 mil empregados ainda este ano. Excluindo os US$ 13,4 bilhões acertados no final de 2008, a ajuda inclui novos US$ 16,6 bilhões. Do corte planejado de até 47 mil funcionários de suas fábricas em todos os países, 26 mil deles são de fora dos Estados Unidos.
A Chrysler, por sua vez, informou precisar de US$ 5 bilhões a mais em financiamento público, cortar 3 mil postos de trabalho e suspender a produção de três modelos. A empresa informou que chegou a acordos com sindicatos, fornecedores e vendedores para poder cumprir as exigências do governo para reestruturar suas dívidas. A montadora também afirmou que vai reduzir a produção de veículos em 100 mil unidades e cortar custos em U$ 700 milhões.