postado em 18/02/2009 11:18
As ações brasileiras têm recuperação logo nos primeiros negócios desta quarta-feira (18/02). Profissionais de mercado destacam que o plano dos EUA para o setor imobiliário, que deve ser anunciado nas próximas horas, pode ajudar na recuperação das Bolsas de Valores após as fortes perdas registradas na jornada de ontem. O câmbio marca R$ 2,33.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avança 1,30%, aos 40.363 pontos. Ontem, a Bolsa fechou em queda de 4,77%. O dólar comercial é negociado por R$ 2,330, o que representa uma leve alta de 0,08% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 447 pontos, número 1.10% abaixo da pontuação anterior.
O estresse das Bolsas americanas na jornada de ontem ainda repercutiu nas Bolsas asiáticas nos negócios desta quarta-feira, derrubando o mercado de Tóquio (baixa de 1,45%) e Seul (queda de 1,24%), mas com exceção de Hong Kong (ganho de 0,55%). Na Europa, a Bolsa de Londres retrai 0,67%, enquanto Frankfurt cede 0,77%.
Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou o pacote anticrise de US$ 787 bilhões, com pelo menos US$ 300 bilhões em cortes de impostos. Analistas aguardam para hoje a divulgação de um plano específico para ajudar mutuários inadimplentes e evitar uma onda massiva de despejos. Alguns profissionais de mercado ressaltam, no entanto, que uma melhora consistente das Bolsas somente virá após o governo americano fornecer detalhes efetivos sobre a proposta para sanear os bancos, respondendo a principal questão dos últimos meses no setor financeiro: o que fazer com a "montanha" dos chamados "ativos tóxicos" (créditos problemáticos), que atravancam a circulação de recursos para consumidores e empresas.
O mercado também deve repercutir hoje o surpreendente pedido das montadoras General Motors e Chrysler, que demandaram ontem uma soma de US$ 21,6 bilhões em ajuda federal, valor bem acima dos US$ 17 bilhões que estava em discussão desde a semana passada. As montadoras também preveem demitir cerca de 50 mil empregados.
As primeiras notícias do dia são pouco animadoras: o grupo financeiro holandês ING anunciou prejuízo líquido de 729 milhões de euros (US$ 917,3 milhões) em 2008, contra um lucro de 9,241 bilhões de euros (US$ 11,628 bilhões) no exercício de 2007. O francês Société Générale apresentou melhores números: lucro de 87 milhões de euros (US$ 109,4 milhões), no quarto trimestre do ano passado, revertendo as fortes perdas no balanço de 2007, mas advertiu que "o ambiente provavelmente continuará desafiador em 2009".
A agenda econômica nos EUA está cheia: investidores e analistas acompanham os números sobre construção de casas e a produção industrial (ambos relativos a janeiro), e no final da tarde, devem repercutir a ata do Fomc (colegiado americano equivalente ao Copom). Nesse documento, os membros desse colegiado devem detalhar a avaliação sobre a economia americana que fundamentou a decisão de manter a taxa básica de juros local entre zero e 0,25% ao ano.