postado em 18/02/2009 11:29
O plano do governo dos Estados Unidos para enfrentar os problemas do setor imobiliário prevê a ajuda para reestruturar ou refinanciar as dívidas de 9 milhões de famílias, de modo a evitar novos despejos. O presidente Barack Obama anunciar nesta quarta-feira (18/02) mais detalhes dessa proposta, cujo conteúdo geral foi adiantado pela Casa Branca.
O pacote para socorrer os mutuários americanos estava orçado inicialmente em US$ 50 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões), mas a proposta de Obama prevê um montante de US$ 75 bilhões para financiar entre 3 milhões e 4 milhões de "proprietários responsáveis" de modo a manterem seus imóveis. O governo prevê ainda que a iniciativa impeça uma queda de US$ 6.000 no valor de cada moradia.
O foco principal do programa são mutuários que devem mais de 80% do valor da casa - eles receberão ajuda para refinanciar as dívidas com taxas de juros subsidiadas.
Também será criado um fundo de US$ 10 bilhões para proteger investidores contra novas quedas nos preços das casas e exigido, das instituições financeiras que recebam recursos do governo, a participação de um programa para padronizar os empréstimos.
O anúncio de Obama será feito no Arizona, uma das regiões mais atingidas pela crise imobiliária. Em seu discurso, cujos trechos foram divulgados pela Casa Branca, Obama afirmará que "o plano impedirá que esta crise cause ainda mais desastres em nossa economia".
Fannie Mae e Freddie Mac
O plano estabelece ainda mais ajuda federal às duas gigantes do setor imobiliário, severamente afetadas pela crise dos créditos "subprime" (alto risco), de modo a reforçar o nível de confiança no sistema de hipotecas como um todo.
À beira de quebrar, a Fannie Mae e a Freddie Mac sofreram uma intervenção federal em setembro do ano passado. O governo propôs uma injeção de US$ 100 bilhões em cada uma para salvá-las da falência, valor agora elevado a US$ 200 bilhões.
"Utilizando os fundos já autorizados pelo Congresso com este objetivo, o Tesouro modifica seus acordos de compra de ações preferenciais [das duas empresas], acordos contratuais entre o Tesouro e entidades interessadas, concebidos para assegurar que cada empresa mantenha um valor contábil líquido positivo", afirmou o Tesouro em nota.
O Tesouro destacou que Fannie Mae e a Freddie Mac são "essenciais para o funcionamento do sistema de financiamento imobiliário" e desemprenham "um papel central para tornar acessível taxas hipotecárias e manter a estabilidade e liquidez do setor".
Ambas operam como entidades autônomas do governo, mas com seu apoio em garantias, e respondem por quase metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA.