Economia

BB planeja R$ 1 bilhão em crédito imobiliário em 2009, com foco na baixa renda

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postado em 19/02/2009 14:00
O presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, disse nesta quinta-feira (19/02) que o banco pretende fechar 2009 com carteira de crédito imobiliário de R$ 1 bilhão, ante R$ 100 milhões registrados em 2008 (a linha começou a ser operada no final do terceiro trimestre). Segundo o presidente, o plano é focar a liberação de crédito para a baixa renda. "Dos 30 milhões de clientes [do BB], 10 milhões têm renda de até 2 salários mínimos e 18 milhões com até 3 salários mínimos", disse Lima Neto em entrevista coletiva sobre o resultado do banco em 2008. "O banco estar presente em crédito imobiliário para baixa renda, dado esses números, é normal", acrescentou. Dessa forma, Lima Neto nega que o foco do crédito imobiliário na baixa renda seja uma exigência do governo federal. "Não violamos a diretriz estratégica do banco por causa disso", disse. Ele afirmou, no entanto, que o BB vai esperar a divulgação do pacote de habitação pelo governo federal para estruturar melhor os créditos imobiliários para esse segmento. O vice-presidente de relações com investidores do Banco do Brasil, Aldo Mendes, admitiu que, quando o banco lançou a linha de crédito imobiliário, o foco era média e alta renda, porque, na ocasião, o banco não tinha a autorização para utilizar recursos da poupança para fazer financiamentos. "Isso impedia completamente financiar a baixa renda", disse Mendes. "Com a autorização, podemos realinhar o foco". Crédito Em linhas gerais, o BB espera que a carteira de crédito cresça cerca de 17% em 2009, contra expansão 39,9% em 2008. Na divisão por público, o crescimento deve ficar entre 20% e 25% para pessoa física, e de 15% a 20% para pessoa jurídica, e de 10% para o agronegócio. Lima Neto também disse esperar que o banco consiga manter o ritmo de crescimento na participação de mercado do BB no total do crédito disponível no país. Em 2008, a participação ficou em 17,1%, contra 16% em 2007. Inadimplência Apesar de o Banco do Brasil ter mantido o nível de inadimplência estável ao longo de 2008 - em 2,7 ao final de 2007 e 2,4 ao final de 2008 -, a instituição realizou um aporte de R$ 1,594 bilhão para provisão de créditos duvidosos. Segundo Lima Neto, o banco aproveitou a receita extraordinária de R$ 5,326 bilhões, com reconhecimento de ganhos atuariais do fundo de pensão Previ, para entre outras medidas, fazer a provisão de créditos duvidosos. "Achamos por bem fazer esse colchão para enfrentar eventuais problemas não previstos", disse o presidente do BB. Ele disse, no entanto, não acreditar que a taxa de inadimplência terá um aumento brusco. "Temos uma outra perspectiva no Brasil para a renda. Hoje, o mercado interno tem condição de suportar a crise. Por isso, não espero forte crescimento da inadimplência". Lima Neto explicou que mudou o perfil da inadimplência. "Antes, o sujeito que ficava inadimplente perdia o crédito para sempre, o que não ocorre mais. Isso ao longo do tempo, minimiza o impacto da inadimplência".

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