Economia

Aumento do desemprego em janeiro foi recorde, aponta o IBGE

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postado em 20/02/2009 10:48
A crise chegou com força ao mercado de trabalho, admitiu pela primeira vez, nesta sexta-feira (20/02), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). A alta de 1,4 p.p. (ponto percentual) na passagem de dezembro para janeiro foi a maior variação para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, janeiro foi um mês "atípico e mais cruel" para o mercado de trabalho. "É um janeiro diferente, com muitas dispensas na construção, além do que geralmente é observado no comércio. Não há dúvidas que existe um cenário econômico que alterou o mercado de trabalho", afirmou, referindo-se à crise. A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil avançou para 8,2% em janeiro, acima dos 6,8% verificados no mês anterior. A pesquisa avalia São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Pior janeiro Dados não faltam para indicar que, desde o início da atual série, o mercado de trabalho não havia tido um janeiro tão ruim. A variação do contingente de desocupados - 20,6% entre dezembro e janeiro - foi a maior de toda a série, com destaque para São Paulo, onde o avanço no número de desocupados chegou a 32,6%. Ao mesmo tempo, o nível de ocupação apresentou redução de 2,1%, a maior para um mês de janeiro dentro da série. O mercado formal também sentiu os impactos da crise, com queda recorde (-1,3%) no número de empregados com carteira assinada no setor privado, entre dezembro para janeiro. A construção civil teve redução de 75 mil vagas, o que significou queda de 4,7% no total dos empregados no setor, em relação a dezembro. Para um mês de janeiro, foi também a maior variação negativa na série da PME. São Paulo teve uma perda de 45 mil vagas, representando 7,1% a menos de pessoal empregado no setor. No comércio, que tradicionalmente dispensa trabalhadores temporários nessa época, 2,5% dos trabalhadores foram dispensados, o que significou menos 105 mil pessoas empregadas no segmento. Em janeiro de 2007, a redução havia sido maior (-3,6%), entre dezembro e janeiro.

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