Economia

Temor de estatização de bancos nos EUA derruba Bolsas em Nova York

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postado em 20/02/2009 16:14
A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) registra perdas acentuadas nesta sexta-feira, com o índice Dow Jones tendo recuado para seu menor nível desde 1997. O comentário de um senador, sobre uma possível estatização no setor bancário fez com que a tendência de queda que predominava desde o início do dia se agravasse. Às 15h53 (em Brasília), o índice DJIA (Dow Jones Industrial Average), da Nyse, operava em baixa de 1,98%, indo para 7.318,36 pontos, enquanto o S 500 caía 2,15%, para 762,22 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em queda de 1,23%, indo para 1.425,09 pontos. Pouco antes, o Dow Jones chegou a recuar para 7.261,09 pontos, nível mais baixo em mais de 11 anos. O presidente do Comitê Bancário do Senado dos EUA, Christopher Dodd, disse que a estatização de alguns bancos pode ser necessária "ao menos por algum tempo", segundo o site especializado em economia Bloomberg. Com a declaração de Dodd, as ações de gigantes do setor bancário duramente afetados pela crise, como Bank of America e Citigroup, além de outros nomes expressivos do setor bancário, como o Wells Fargo, caíram mais de 20%. "A questão da estatização está no foco de todos no momento, se o Bank of America e o Citi serão estatizados por um período antes que possam ser privatizados de novo", disse à agência de notícias Reuters o diretor-gerente da Stifel Nicolaus Capital Markets, Angel Mata. O Bank of America informou em um comunicado que não vê motivos para estatizar um banco "que é lucrativo, está bem capitalizado e realizando empréstimos ativamente". Já o Citi informou que sua base de capital é "bastante sólida". Fontes ouvidas pela Reuters negaram que o Citi esteja em negociações com o governo sobre uma estatização. Os investidores ainda se ressentem da falta de detalhes do plano de estabilização do sistema bancário apresentado pelo governo americano na semana passada. O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, apresentou um programa de três etapas, em conjunto do Departamento do Tesouro, do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e do setor privado pode chegar a US$ 1,5 trilhão. Desse total, US$ 500 bilhões serão usados para retirar ativos "podres" dos bancos e US$ 1 trilhão será oferecido ao mercado na forma de novos empréstimos. Também há uma desconfiança no mercado financeiro sobre a eficácia que poderá ter o pacote de US$ 787 bilhões. A projeção do governo é criar ou preservar 3,5 milhões de empregos nos próximos dois anos, 90% dos quais no setor privado. Além disso, 40% do pacote --cerca de US$ 312 bilhões-- irão auxiliar diretamente famílias americanas de classe média. O pacote prevê, entre outras medidas, US$ 116 bilhões em benefícios fiscais para 95% dos americanos, que devem chegar ao bolso do contribuinte na forma de descontos menores nos salários. Os cortes de impostos devem ser de até US$ 400 por contribuinte e de até US$ 800 por casal que fizer a declaração de impostos em conjunto, e será concedido em uma escala que varia conforme os ganhos do contribuinte.

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